segunda-feira, 26 de julho de 2010

FÉRIAS RELÂMPAGO

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As férias de Julho foram engolidas pela voracidade dos planejadores, hoje temos uma pausa relâmpago, que mal começa e já está terminando. O ano letivo, estufado em seus 200 dias, em nada contribuiu para melhorar a educação, antigamente as aulas começavam em março e iam até o fim de junho e de agosto a dezembro. Os estudantes tinham três meses para brincar e se divertir, os professores tinham tempo para se dedicarem á família, descansar, colocar a leitura em dia ou fazer um curso de aperfeiçoamento, em meados de fevereiro, todos já estavam com saudades da escola. Os mais velhos devem se lembrar da festa que era o inicio das aulas em março, a escola não tinha cara de prisão, era o espaço de encontros e convivência. Infelizmente hoje ela é uma instituição para manter as crianças ocupadas enquanto os pais estão trabalhando.

Compreendo a apatia e a indiferença que a grande maioria dos alunos têm pela escola, aos 12 anos de idade, hoje, uma criança já passou uma década da sua vida trancado lá dentro. A referencia de vida e diversão para esse indivíduo é esse espaço, nunca brincou de pique no quintal, não jogou pelada na várzea, não se aventurou pelos pomares vizinhos seqüestrando mangas e goiabas, não jogou queimada na rua nem se aventurou com a turma explorando o riacho vizinho. Os jovens e as crianças de hoje não têm mais direito a uma infância lúdica, talvez por isso os pedagogos batam tanto nesta tecla. Brincadeira e diversão não são atividades para serem transferidas para a escola, temos que dar à criança e ao jovem tempo e espaço para se divertirem, a energia infanto-juvenil não pode ser reprimida, se não oferecemos a eles tempo e espaço, inevitavelmente a brincadeira vai rolar na hora e no espaço errado, isto é, na sala de aula.

O tempo para o descanso e o lazer é necessário para crianças jovens e adultos. Não me lembro de ver os meus professores doentes e estressados no meu tempo de escola. Hoje a estafa física e mental é um estado permanente para a maioria dos docentes resultado do acúmulo de horas aulas, para compensar o minguado salário e da falta de férias adequadas. São reuniões em cima de reuniões, que na verdade poderiam ser dispensadas, pois atendem somente ao aparato burocrático.

Um corpo e um cérebro cansados são incapazes de apresentar um bom rendimento escolar. Saúde física e mental é condição essencial para aprender e ensinar. Não podemos esquecer que a educação é parte da vida e se queremos uma educação de qualidade, temos que ter uma vida com qualidade na qual haja tempo para lazer e descanso.

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