segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ABUTRES & HIENAS DE OLHO NO FUNDEB

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Não é mera coincidência a campanha sistemática de desqualificação dos professores e da educação pública promovida pela revista Veja, ela tem como objetivo favorecer os negócios da Abril Educação, além do setor do material didático a empresa também está atuando no mercado das escolas privadas, em 12 de julho, comprou o grupo Anglo.

Ignorem esses ataques, pois a campanha movida pela mídia sobre o nosso despreparo e desqualificação é intencional. Lembrem-se que por trás dos jornais e das revistas estão “empresas educacionais”, pertencentes aos proprietários destes veículos e que querem nos tirar do caminho apenas para aumentar a sua lucratividade. Seja vendendo material didático ou para economizar nos salários pagos nas escolas privadas de sua propriedade. Se os professores e as escolas fossem o que a imprensa propaga, não haveria necessidade de uma campanha de desqulidicação, pois ninguém chuta cachorro morto, e não gastar dinheiro à toa, é um dos dogmas do capitalismo. Antes de se abater com o veneno destilado pela imprensa, pare e pense: será que esses senhores iam gastar pra fazer uma campanha de difamação, se nós os profissionais de educação, somos tão incapazes, quanto eles querem que a sociedade acredite?

Em momento algum, devemos nos esquecer que somos produtores de conhecimento e educadores, ao passo que esses empresários são produtores de informação, e como qualquer leigo sabe, entre informação e conhecimento, há uma grande diferença.

Segundo a Hoper Consultoria no Brasil a receita do setor da educação está na casa de 1 bilhão, ou seja, é um mercado bilionário, um paraíso para a iniciativa privada. Quanto mais a participação do Estado encolher nesta área melhor para os empresários, o mercado é tão promissor que  até as hienas e os tubarões internacionais já estão aqui à espreita das presas.

Até o presente momento poucos são os estados e municípios brasileiros que estão cumprindo a lei federal referente ao piso salarial da categoria. Governadores recorrem para se esquivar do pagamento do piso e a “falta de verba para aumentar o salário do magistério” é um bordão na boca de todas as autoridades. Até agora não vimos nem o cheiro da verba destinada à valorização dos profissionais de educação pelo Fundeb, mas essa grana já está sendo torrada por 3% das instituições municipais favorecendo as “empresas de educação” que vendem os "sistemas de ensino", enquanto nós professores continuamos vendo nossos salários minguando os recursos destinados à categoria são transferidos para os cofres da iniciativa privada, através da "tercerização da tarefa pedagógica". Para saber mais sobre essa prática leiam no Blog do Luiz Araújo o artigo "Apostilas" .

Atenção, os abutres e as hienas de plantão esperam colocar suas garras nos 97% restantes. Segundo a revista que nos detona semanalmente, “... Desde 2004, os municípios recebem o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Com essa verba, podem comprar, se quiserem, material didático dos sistemas de ensino”, explica Ryon Braga, da Hoper Consultoria. “A vantagem, para elas, é que o material didático vem acompanhado de assessoria pedagógica, por exemplo”. A presença dos sistemas de ensino entre as escolas públicas ainda é pequena: apenas 3% das 130 mil instituições municipais utilizam os métodos. Ou seja: ainda há muito a crescer!” in Veja Online - Setor de educação atrai grandes negócios 17/08/10 -17:58 – Economia – Notícias).

Não basta tentarmos desenvolver a consciência crítica dos nossos alunos, enquanto a nossa própria permanece embotada. Temos e devemos despertar e ativar a nossa própria “consciência crítica” para perceber as manobras que estão sendo feitas nas nossas barbas e prestarmos atenção como as prefeitos e governadores estão utilizando os recursos destinados à educação, é dever de todo cidadão acompanhar o destino dos seus impostos e cobrar de seus representantes o uso correto do mesmo.

Vamos cobrar dos nossos sindicatos e associações uma maior atenção para com a verba destinada à educação e com os recursos para a valorização do docente. Para obtermos um salário justo não devemos ficar apenas na dependência das greves, acho que a fiscalização das verbas destinadas à educação também pode ser uma forma de luta ao alcance de todos nós.

Outra medida para protegermos a educação pública do ataque predatório da iniciativa privada é a nossa atenção ao material, aos recursos didáticos e aos cursos de capacitação e atualização adquiridos pelas secretarias. Devemos analisar e avaliar criticamente esse material e esses recursos que recebemos e enviar para as respectivas secretarias de educação a nossa avaliação dos mesmos, pois não há ninguém mais capacitado do que os educadores para fazer essa avaliação. Devemos e podemos nos organizar em comissões para fazer esse trabalho e exigir que, antes de ser comprado qualquer material, o mesmo seja examinado e avaliado pelos docentes. Sugiro também que essas comissões discutam e apontem quais são os cursos que necessitamos de capacitação e atualização, pois normalmente os que são oferecidos, pouco tem a ver com as nossas reais necessidades das disciplinas que lecionamos.

De nada adianta ser comprometido com a educação apenas dentro da sala de aula, cabe ao educador se comprometer com a educação em todas as esferas, pois ao contrário deixa o terreno livre para os aventureiros de plantão. Vamos nos mobilizar e conduzir os rumos da educação, participando, discutindo, sugerindo e defendendo o nosso espaço.


 DIGA NÃO A PROLETARIZAÇÃO DOS PROFESSORES E AO DESPERDÍCIO DO DINHEIRO PÚBLICO!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Invisibilidade, Alienação e Violência

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Acabo de ler "A pergunta que não quer calar", publicado pelo educador  e colega Declev Dib Ferreira, em seu blog Diário do Professor, que mais uma vez, relata o cotidiano da sala de aula. Identificando-me com a situação descrita no artigo, escrevi este comentário:

“Atualmente, tenho a impressão que lecionamos para portadores de Alzheimer, tal a falta de memória dos alunos. Parece que ninguém retém mais nada na memória e o ato de raciocinar, a cada momento, se torna mais difícil para os jovens. O que podemos esperar de uma geração que está abandonando o uso do raciocínio, que se recusa a pensar e não tem a menor noção do que seja uma reflexão? Na semana passada e ontem, vivenciei situações em que jovens matriculados na 1ª e 2ª séries do Ensino Médio, desconheciam o significado das palavras “influência” e “tecnologia” e diante da dificuldade não tiveram a iniciativa de buscar o significado destas expressões em um dicionário. “

Após o envio do comentário, deixei o computador e fui preparar o meu almoço, pois apesar da nossa invisibilidade em sala de aula, continuamos sendo seres reais com necessidades reais. Confesso que o a situação descrita pelo Declev, continuou a rodar na minha cabeça e deixei as panelas no fogo (espero que não queimem) e voltei para escrever este artigo, ou melhor, continuar o comentário que virou artigo.

No momento que começo a escrever, começo a ouvir ao longe um intenso tiroteio, moro no Andaraí e o som esta vindo do morro dos Macacos, o trânsito está parado e os tiros continuam, se fosse à noite, da janela de minha biblioteca consigo ver o balé das balas traçantes no horizonte ... peculiaridades da ex- cidade maravilhosa. Não deve ser muito grave, pois o caveirão aéreo, o helicóptero blindado da Polícia Militar, ainda não apareceu. Dou graças a Deus por meu irmão ter cancelado a visita agendada para hoje, pois ele estaria chegando à essa hora. Vou ter que esperar a situação se acalmar para ir ao banco, espero que até as 15 horas tudo fique calmo. Ligo a televisão, pois a emissoras cariocas na corrida por audiência não perdem a cobertura dessas batalhas, deixo no volume alto e volto a me concentrar no texto, pois o meu apartamento fica fora da linha de tiro e não corro perigo de ser alvejada por uma bala perdida ... Continuando o artigo:

É comum escrevermos instruções na lousa, explicá-las verbalmente e os alunos continuarem nos perguntando, pois não assimilaram a informação dada oralmente e reforçada por escrito. Nem mesmo as instruções básicas, colocadas junto ao cabeçalho das provas (responder a caneta, não rasurar) são lidas. Poucos são os que escrevem o próprio nome completo e com letras maiúsculas, a grande maioria insiste em fazer provas a lápis e mesmo depois de 3 meses, ensinando a cada aula a consultar o índice do livro didático, somente alguns agora conseguem realizar essa operação.

Tenho uma colega que desenvolveu uma teoria interessante para explicar esse fenômeno, segundo ela a nossa juventude está estagnada no plano do instinto e as únicas atividades importantes são o sono, a comida e o sexo, todo o resto é irrelevante. O raciocínio, a lógica, a memória e a sensibilidade encontram-se em estado de atrofia. O olhar sempre preso ao celular à espera do contato do (a) parceiro (a), a boca ocupada com um pirulito consumido em movimentos sensuais, os ouvidos bloqueados pelo funk ensurdecedor do mp-número-tal. As garotas usam maquiagem pesada, a toda hora retocam os lábios permanentemente umedecidos com gloss, as cabeças se movimentam constantemente para exibir provocantemente os cabelos e os rapazes para atrair a atenção das suas parceiras se esmeram na agressividade enquanto nós, professores e professoras invisíveis tentamos acordá-los e trazê-los para a realidade.

Os tecnólogos de plantão e os lobistas do “educacional-business” continuam batendo na tecla da falta de preparo dos professores e do arcaísmo da escola, insistindo na superioridade mental dessa nova geração expert em tecnologia, baseada na minha experiência profissional e no meu conhecimento na área de informática, afirmo que isso é um mito, uma farsa e um embuste, que só convence ao docente que não tem conhecimentos em informática.

Há cinco anos, venho elaborando projetos envolvendo todos os recursos da informática e todas com todas as novidades: celulares, câmeras digitais sem deixar de incluir MSN, Orkut e Twitter, aulas totalmente informatizadas e interativas e de blogs criados para os alunos, os resultados são nulos e não há a reação garantida pela propaganda. Volto a repetir, essa farsa só se sustenta porque ainda é pequeno o numero de docentes que dominam a tecnologia.

Os que conhecem sabem que grande parte dessa geração, seja aluno da rede pública ou privada,  não domina um editor de texto, um PowerPoint e não consegue nem mesmo fazer uma pesquisa na Internet. Passam horas no computador, conversando com os amigos,  jogando e visitando sites pornôs. Um estudo realizado pela USP, recentemente, comprovou a queda do rendimento escolar dos estudantes usuários de computador. Estudos na área da medicina apontam inúmeros problemas, tais como obesidade, transtornos do sono e problemas de visão relacionados com o uso sem limite dos computadores, sem falar na perda de audição causada pelo uso dos headphones.

Parece que ninguém, até o presente momento, se lembrou de relacionar o aumento dos crimes com armas de fogo aos jogos de computador, esquecendo-se que eles são simuladores que condicionam os reflexos, vide a eficácia dos mesmos para o treinamento de pilotos, um individuo que desde criança se acostumou a atirar e matar no mundo virtual, age instintivamente pelo reflexo em situações reais e se estiver armado, vai atirar para resolver um situação de conflito, da mesma forma que pisca os olhos . Matar deixou de ser um ato incomum, é um ato banalizado cotidianamente no mundo virtual.

É o instinto e não a razão que norteia as ações.  No Youtube e no Twitter diariamente adolescentes exibem as suas performances sexuais e fazem apologia da força bruta nos videos que registram as brigas violentas travadas, quase sempre no ambiente escolar.

São 12h e 35 minutos, acabei de escrever o artigo, o silêncio agora é geral, o transito continua parado, nem o caveirão nem os helicópteros das redes de TV estão sobrevoando o morro dos Macacos, o arroz que deixei no fogo, pegou um pouco na panela, mas o feijão não teve tanta sorte. Mudança de cardápio, arroz chamuscado com sardinha em lata e salada de tomate... Até o momento ainda não sei o que aconteceu e preciso ir ao banco, pois com salário-de-professor-do-rio-de-janeiro (regionalismo da expressão salário-de-professor-de-minas criada pelo colega Euler Conrado educador e blogueiro) não posso nem pensar em pagar multa por atraso de pagamento do meu cartão de crédito.

Estou postando o artigo no blog, quando ouço a TV, ligada no Balanço Geral, a chamada para uma reportagem sobre a violência nas escolas, corro para a sala. Imagens de uma briga entre alunos em uma escola de Minas, na seqüência uma aluna desta escola dá uma entrevista falando que os professores e inspetores têm medo de separar as brigas pois eles apanham direto quando tentam fazê-lo. A seguir vem a entrevista com a educadora Eliana da Cunha Lemos, professora carioca da rede municipal que exibe uma das mãos aleijadas, em off, enquanto a imagem das radiografias de suas mãos são mostradas expondo as fraturas, ela conta que foi agredida por um aluno durante a aula, quando pediu ao mesmo que desligasse e guardasse o mp3.

O silêncio da rua permanece opressivo e até o momento continuo sem saber vou poder sair para ir ao banco. Escapei até o momento da violência em sala de aula, mas corro o risco de ver o meu magro orçamento ser atingido pela violência das ruas.

Infelizmente para a violência estamos bem visíveis!

domingo, 22 de agosto de 2010

Para onde vai o dinheiro da Educação IV

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O Blog NaMaria News, publicou um artigo, revelando através de uma pesquisa minuciosa os bastidores dos contratos milionários envolvendo as gráficas e as secretárias de educação.

Vejam como a verba da educação vem sendo aplicada  em  Pequenos negocios da Fundacao Roberto Marinho na SEE-SP.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Nova Carta Aberta, agora a todas as secretárias e secretários de educação

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Recomendo a todos a leitura da Nova Carta Aberta, agora a todas as secretárias e secretários de educação, http://diariodoprofessor.com/2010/08/16/nova-carta-aberta-agora-a-todas-as-secretarias-e-secretarios-de-educacao/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+diariodoprofessor+(Di%C3%A1rio+do+Professor) resumindo em 5 passos as medidas a serem implementadas para revolucionar a educação pública do professor Declev Dib-Ferreira, postada em seu blog Diário do Professor.

Declev de forma objetiva mostra que é possível, com os recursos existentes, fazer uma escola publica de qualidade, bastando apenas aplicar com seriedade os impostos pagos pelo contribuinte. Leiam e divulguem.

SOCIALIZAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO II

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O nosso objetivo é uma educação pública de qualidade, da mesma forma que criticamos as iniciativas equivocadas ou prejudiciais à educação, aplaudimos e apoiamos as boas iniciativas.

Acabei de descobrir o Portal do Professor, criado pelo Ministério da Educação em parceria com o Ministério de Ciências e Tecnologia. Fiquei encantada com o que encontrei neste site,  é um bom exemplo de como as verbas da educação podem ser bem investidas. Vale a pena conferir http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html .

Destaco a coleção de multimídia de excelente qualidade, lá se encontra áudios, vídeos, imagens, experimentos, mapas, animação e simulação, softwares educacionais, tutoriais, etc., para todas as disciplinas da educação até ao nível superior. Todo o material esta disponível para download. Para acessar entre em
em recursos Educacionais http://portaldoprofessor.mec.gov.br/recursos.html

Segue abaixo exemplos do material disponível :

Corrente Contínua versus Corrente Alternada
Educação Básica::Ensino Médio | Física | Equipamentos elétricos e telecomunicações
Campos e Partículas Carregadas
Objetivo: Mostrar uma animação na qual é possível visualizar o sentido da corrente elétrica alternada e da corrente elétrica continua. Vídeo.

Maquiavel: parte 1
Educação Básica::Ensino Médio | Filosofia | História da filosofia
Educação Básica::Ensino Médio | História | Tempo
Educação Básica::Ensino Médio | Literatura | Literatura de outras nacionalidades
Objetivo: Aprender sobre o filósofo Maquiavel e sua obra "O Príncipe"
Descrição: Apresenta vídeo sobre Maquiavel e por que ele é considerado o fundador do pensamento e da política moderna, em sua obra chamado "O Príncipe". Este livro descreve as maneiras de conduzir-se nos negócios públicos internos e externos, e fundamentalmente, como conquistar e manter um principado

Distância entre dois pontos no plano
Educação Básica::Ensino Médio | Matemática | Geometria
Objetivo: Visualizar os conceitos da distância entre dois pontos no plano, assim como compreender a fórmula para o seu cálculo

Carlos Drummond de Andrade
Educação Básica::Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Educação Básica::Ensino Médio | Literatura | Literatura brasileira, clássica e contemporânea: criações poéticas, dramáticas e ficcionais da cultura letrada
Objetivo: Conhecer a história de vida e a obra de Carlos Drummond de Andrade

A galinha magricela [Canta cantos]
Educação Básica::Ensino Médio | Sociologia | Estudo das sociedades humanas
Objetivo:Introduzir a questão do poder nas relações humanas presente no sistema capitalista

A barata medrosa e o coronel baratinado
Educação Básica::Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua oral: valores, normas e atitudes
Objetivo: Despertar nas crianças o interesse em ouvir histórias narradas e, a partir delas, instigar a criatividade de imaginação para a construção das mesmas

A cor do pau-brasil: parte 1
Educação Básica::Ensino Fundamental Final | História | Nações, povos, lutas, guerras e revoluções
Educação Básica::Ensino Médio | História | Processo histórico
Objetivo: Descrever as principais atividades econômicas no início da colonização brasileira

Perda de coerência entre dois cortes
Educação Básica::Ensino Médio | Física | Som, imagem e informação
Objetivo: Mostrar uma animação na qual é possível visualizar a perda de coerência no momento em que ocorre do fenômeno da refração
Descrição: O vídeo apresenta uma animação que demonstra como é a perda de coerência no momento em que ocorre o fenômeno da difração de onda, ou seja, quando as ondas passam por um orifício ou contornam um objeto
Observação:O vídeo tem duração de 00min05s. Para visualizar o vídeo é necessário ter instalado no computador um dos seguintes programas: Windows Media Player, Real Player ou Media Player Classic

A viagem de Kemi - Combustíveis - A química que move o mundo - Energias limpas
Educação Básica::Ensino Médio | Química | Modelos de constituição: substâncias, transformações químicas
Objetivo: Mostrar a importância das fontes alternativas de energia como vento, sol e biomassa. Refletir sobre as diferentes fontes de energia, principalmente de energias limpas
Descrição: Ferramenta para auxiliar o professor a introduzir conteúdos sobre fontes alternativas de energia, em particular a eólica, a solar e de biomassa. Também mostra o processo de obtenção, fontes de origem e importância destes combustíveis
Observação: Duração máxima: 10 min. O guia do professor desta mídia refere-se ao tema da Série A Viagem de Kemi: Combustíveis: a química que move o mundo. Produção: Universidade Federal de Santa Maria. Realização: Fundo Nacional de Educação, Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia.

PARA ONDE VAI O DINHEIRO DA EDUCAÇÃO III

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Publicado na Folha de São Paulo o valor a ser gasto com o Enem  de 2010:
R$ 128,5 milhões ao consórcio Cespe/Cesgranrio pela aplicação e correção das provas (sem licitação) + R$ 18 milhões ao Correios.

As avaliações se tornaram um negócio da China. Dá pra entender porque virou moda.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

COVARDIA EM SÃO JOÃO DE MERITI

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Prefeito de São João afasta oito diretoras na tentativa de reprimir a greve nas escolas municipais


Os profissionais de educação das escolas municipais de São João de Meriti entraram em greve ontem (dia 18 de agosto). Na manhã desta quinta-feira (dia 19 de agosto), o prefeito Sandro Matos (PR) anunciou o afastamento de oito diretoras de escolas, numa tentativa de intimidar o movimento e fazer com que os profissionais de educação reabram as escolas. A categoria exige 37% de reajuste emergencial para recompor as perdas salariais - há dois anos que os salários dos profissionais está congelado. Neste momento, o Sepe está promovendo um ato show e uma panfletagem na Praça da Matriz (Centro do município) e um forte contingente da guarda municipal se encontra no local, o que contribui para deixar o clima mais tenso.

Na sexta-feira, dia 20, às 11h, haverá um ato público da educação em frente à prefeitura. Em seguida, às 13h, ocorrerá uma assembleia em local próximo para discutir os rumos do movimento.

Veja os motivos da greve nas escolas de São João de Meriti:

Os professores e funcionários reivindicam que o prefeito Sandro Matos (PR) não mexa no plano de carreira da educação – o prefeito quer acabar com o adicional de 15% por tempo de serviço e de formação, e com a bonificação de 65% de triênio ao final da carreira. A categoria também exige o fim dos descontos ilegais de até 50% nos salários dos profissionais que entram de licença médica.

Além disso, a situação das escolas municipais é precária, com goteiras nas salas, infiltrações nos tetos e paredes, entulho nas salas, corredores e pátios. Em algumas delas, os alunos são obrigados a estudar em verdadeiros porões, sem ventilação e iluminação natural.

O Sepe Meriti tem informações que a prefeitura está perseguindo diretores de escolas que estão participando da mobilização. O sindicato pede a todos os profissionais que denunciem qualquer assédio moral por parte da prefeitura ou da Secretaria de Educação.

Calendário da greve:

5ª feira: Panfletagem na Praça da Matriz, com Ato Show às 10h. Concentração às 8h no Sepe Meriti;

6ªfeira: Ato Público em frente à Prefeitura, às 11h, logo após a entrega do abaixo-assinado na Câmara de Vereadores. No mesmo dia, às 13h, assembleia em local próximo.

SEPE

Fonte: http://sepenuceosaogoncalo4.ning.com/profiles/blogs/covardia-em-sao-joao-de-meriti

PARA ONDE VAI O DINHEIRO DA EDUCAÇÃO II

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A qualidade do material didático é um fator importante na educação, bons professores sem material didático de qualidade não podem fazer milagres. Quando a revista Veja, em suas memoráveis reportagens culpar os professores pela baixa qualidade da educação pública, vamos refrescar a memória dos seus reportéres e articulistas, sobre a participação lucrativa da editora na educação pública.

Graças à Internet, podemos ver como a verba destinada à Educação Pública é utilizada pelas autoridade. Não existe verba para reformar escolas e aumentar o salário dos docentes, mas sobra para encher os cofres da iniciativa privada com dinheiro público.

Vejam a parceria da Secretaria de Educação de São Paulo com a Editora Abril, no blog NaMariaNews  http://namarianews.blogspot.com/ .

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Entrevista exclusiva com a ex-secretária adjunta de educação dos Estados Unidos, Diane Ravitch.

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A Regional III do Sepe fez contato via e-mail com a professora Diane, que concordou em dar uma entrevista exclusiva para esta regional do Sepe. Veja como o projeto americano é exatamente o mesmo aplicado aqui no Brasil e no Rio.

Regional III - Os governos aqui no Brasil têm repassado boa parte das verbas públicas à iniciativa privada e principalmente através de Organizações Sociais, ditas sem fins lucrativos. Essas Organizações têm por trás delas, empresas, que obviamente trabalham em função do lucro. Ao mesmo tempo os investimentos diretos nas escolas e nos profissionais vem reduzindo drasticamente ano a ano.Para nós esta é uma forma de privatizar a educação pública. Como a privatização aconteceu ou acontece nos Estados Unidos?

Diane- Quase 90% das crianças frequentam escolas públicas nos Estados Unidos. No entanto, existe atualmente um forte movimento de privatização de muitas escolas públicas. O movimento não gosta de dizer que promove a privatização, mas isto é o que na verdade acontece. Nos E.U., os empresários estão apoiando a criação do que é chamado de escolas “charter”. Estas são as escolas que recebem fundos públicos, mas que são gerenciadas por entidades privadas. Estas entidades podem ser empresas com fins lucrativos, podem ser pessoas que querem dirigir uma escola, ou podem ser Organizações sem fins lucrativos. Mas o que distingue as escolas charter é que os seus gestores são privadas, estão livres da maioria dos requisitos legais e são a esmagadora maioria não-sindicalizados. Existem hoje cerca de 5.000 escolas charter com cerca de 1,5 milhões de crianças matriculadas. Isto representa 3% das matrículas de alunos em níveis nacionais. O público é informado de que as escolas charter são “públicas” porque são escolas que recebem dinheiro público. Mas em todos os aspectos importantes elas são escolas privadas mas recebem financiamento público. Eles fazem suas próprias regras, e são capazes de remover os alunos e enviá-los de volta para as escolas públicas. As escolas públicas não podem recusar alunos.

Regional III -Em sua entrevista ao jornal “Estado de São Paulo, a professora diz que as“trapaças” feitas pelos professores nas escolas, para que pudessem atingir as metas estabelecidas pelo governo, é um dos elementos responsáveis pelo fracasso de todo o projeto. A senhora não acha que estas metas são estabelecidas apenas como forma de propaganda para que o governo demonstre à opinião pública uma “ falsa melhora” na qualidade da educação?

Diane- O governo dos E.U. adotou um programa federal chamado “Nenhuma criança deixada atrás” de (NCLB) que estabeleceu uma meta muito elevada. A lei exigiu que 100% dos estudantes sejam proficientes na leitura e na matemática em 2014. Esta era uma meta utópica, porque nenhuma estado ou nação nunca alcançara. Os estados ficaram livres para ajustar sua própria definição da proficiência, e muitos adotaram padrões muito baixos de modo que pudessem reivindicar o progresso. Mas naturalmente, nenhum estado, mesmo assim, chegou perto da proficiência 100%, e agora os estados estão fechando escolas porque elas são de baixo desempenho. Quase todas as escolas que são fechadas são as que registram um número elevado de estudantes pobres e os estudantes que não falam o inglês (imigrantes). As conseqüências foram muito negativas para esta abordagem de anexar recompensas e punições para resultados de testes. Primeiramente, há uma redução do currículo. Há um incentivo para que os professores ensinem somente o que é testado, que é a matemática e a leitura. Portanto há pouco ou nenhum incentivo para ensinar as artes, a ciência, a história, cidadania, a língua estrangeira, etc. Nos distritos ricos, isso não importa, porque os alunos podem facilmente passar nos testes, mas em bairros pobres as crianças passam muito tempo aprendendo a fazer testes e perfurações em disciplinas básicas. Eles estão privados de uma educação integral. E houve muitos, muitos relatos de fraude nos exames, porque os professores e os administradores não querem perder seus empregos e querem receber bônus apresentando os escores mais altos.

Regional III -Nós do sindicato acreditamos que para a melhoria da qualidade da educação é necessário aumentar os investimentos em contratação de pessoal, melhores salários e condições de trabalho. Mas aqui, no Brasil e no Rio os governos fazem o caminho inverso. Em sua opinião quais os principais fatores para que se possa oferecer uma educação pública de qualidade?

Diane- Os fatores principais na melhoraria da educação são: 1) a construção de uma educação forte com profissionais e professores qualificados e administradores hábeis; 2) com um currículo rico em artes e das ciências (história, literatura, artes, matemática, línguas estrangeiras, educação cívica, a ciência, etc, que esteja disponível a todas as crianças; e 3) tendo meios reflexivos de avaliar o progresso por ensaios, por projetos, e por outros meios de determinar se as crianças aprenderam. As avaliações não devem ser amarradas às “estacas elevadas”, isto é, punições e recompensas, porque isso distorcem o comportamento dos educadores para alcançar os números ao invés de melhorar a educação.

Regional III – Nossos profissionais que leram sua entrevista no jornal “Estado de São Paulo ficaram muito impressionados com as semelhanças das reformas educacionais nos EUA e a do Brasil. Gostaríamos que explicasse como se deu o processo da Reforma Educacional Americana. Quais foram os principais passos deste processo?

Diane- O processo nos Estados Unidos começou com o descontentamento sobre os resultados da educação. As pessoas na comunidade empresarial foram desanimados pelo grande número de jovens que eram mal formados. Os parlamentares concordaram, juntos eles decidiram por metas numéricas para “sacudir” as escolas. Mas infelizmente eles não perceberam que a busca de objetivos numéricos não era o mesmo que a melhoria da educação, nem reconhecem que a maior parte do desempenho ruim no os E.U. foi altamente correlacionada com a pobreza e a desigualdade econômica.

Regional III – O prefeito Eduardo Paes anunciou na imprensa que 40 professores e diretores de 11 escolas municipais que se destacaram na avaliação do Ministério da Educação, vão ganhar um novo prêmio: uma viagem à Nova York. O grupo vai conhecer, durante uma semana, experiências educacionais de sucesso na cidade americana e ainda vai fazer passeios culturais pela cidade. O que a senhora acha disso?

Diane- New York City é um lugar maravilhoso para se visitar. Eles apreciarão seus passeios culturais pela cidade. Mas a liderança em educação de New York City ‘ consiste principalmente nos não-educadores que acreditam que a educação pode ser melhorada através da definição de metas, dando recompensas e fechando escolas. Eu temo que aprendam as lições erradas em New York City. A cidade tinha se vangloriado por anos sobre suas pontuações altas nas metas e testes, mas o departamento de educação do estado admitiu recentemente que as metas foram definidas muito baixas e foram muito inflacionados. Quando as metas foram ajustados, os escores de Nova Iorque cairam drasticamente.


Fonte: http://regional3.sepe.tenhosite.com/site/?page_id=3623

domingo, 15 de agosto de 2010

SAIBA PARA ONDE ESTÁ INDO A VERBA DA EDUCAÇÃO

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O avanço da iniciativa privada na área da educação é um assunto que poucos docentes prestam atenção. Quase ninguém se dá ao trabalho de conhecer os “novos projetos” que caem de pára-quedas dentro da escola. Quase ninguém se dá ao trabalho de verificar quais são as instituições que estão por trás dessas iniciativas e muito menos o quanto de dinheiro público está indo para estas instituições.

As autoridades alegam que falta verba para pagar um salário decente aos docentes, entretanto há verba para ser gasta com empresas privadas. O custo desses projetos são altos, estou fazendo um levantamento e em breve postarei mais um artigo sobre o assunto, neste post há um exemplo.

A privatização dos serviços públicos é uma meta da política neoliberal, depois da crise do ano passado, a palavra globalização e neoliberalismo foram banidas da imprensa, entretanto a implantação dessa política segue ativa na área educação em todo o país.

Os resultados são tão bons que a Sangari Brasi,l criada em São Paulo em 1997, pelo inglês Ben Sangari, membro de uma família de empresários que atuam no ramo da educação em diversos países, deslancha em 2007 quando a Secretaria de Educação do DF adotou o CTC – Ciência e Tecnologia com Criatividade, agora chamada de “Ciência em Foco”. Hoje, a empresa que é associada ao grupo internacional da família já tem sede nos EUA e na Argentina. Além do DF são clientes da Sangari e usam o CTC a Prefeitura do Rio de Janeiro a partir de 2009 com o nome de “Cientistas do Amanhã” e Prefeitura de Botucatu (SP), que adotou o CTC em 2010 batizado de “Ciência para a Gente”.

Exemplificam a lucratividade e o objetivo dessa empresa, dois artigos, o primeiro foi publicado no site do SEPE REGIONAL III e o segundo é da Gazeta Mercantil e foi publicado em 2004.

Empresa faz contrato milionário com a prefeitura do Rio, é a privatização da educação Paes entrega à Sangari o ensino científico

das escolas ditas “do amanhã”
Privatização do ensino de ciências


Paes está desenvolvendo vários projetos pilotos com a iniciativa privada. Pretende entregar aos poucos a educação municipal, aos gananciosos empresários que vem em busca do orçamento bilionário da prefeitura.

A Sangari é um bom exemplo do como fazer para se “dar bem” com o dinheiro público.
Primeiro tem contratos milionários e sem licitações em todo o Brasil. Depois sabe bem como “convencer” nossos políticos a contratá-la para a “prestação de serviços”. Veja o contrato milionário e sem licitação feito entre a prefeitura de Paes e a empresa, publicado em D.O.:

DIARIO OFICIAL DA PREFEITURA RIO.
Republicação em 09/09/09. 1. Partes: PCRJ/SME e SANGARI DO BRASIL LTDA 2. Fundamento: Inexigibilidade de Licitação Artigo 25, 3. Razão: Implementação do Programa CTC-Ciência E Tecnologia com Criatividade para os alunos do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação 4.VALOR: R$ 67.478.464,47 5. Autorização: Paulo Roberto Santos Figueiredo . 6. Ratificação: Cláudia Costin.

Fonte: http://www.seperj.org.br/site/


25.04.2002

Sangari busca lucros com a educação

A Sangari, multinacional especializada em educação fundada há 37 anos em Cambridge, na Inglaterra, elegeu o Brasil como o seu principal mercado. No País desde 1997, a empresa faturou R$ 10 milhões no ano passado com vendas de soluções na área educacional. Quer pelo menos dobrar esta cifra este ano, e chegar a R$ 50 milhões em 2003.

A meta, segundo o presidente da Sangari do Brasil, Ben Sangari, é alcançar o patamar de US$ 220 milhões em 2005 - o equivalente ao faturamento global atual da empresa, que atua em 13 países. Para conseguir isso, a estratégia é transformar o Brasil em base para entrar em outros países da América Latina.

Aqui, a Sangari acaba de "montar" sua maior vitrine - uma fábrica modelo CIM (Computer Integrated Manufacturing, ou Fabricação Integrada por Computador), um sistema que reproduz todas as etapas do processo produtivo em qualquer segmento industrial. Está focada em todas as áreas da engenharia, principalmente automação, eletrônica, mecânica básica e tecnologia de solda.

O objetivo é levar estudantes, além de empresas de manufatura, a testar processos, criar ou melhorar tecnologias, simular situações com vistas a melhorar a produtividade e aperfeiçoar a qualidade do produto.

Totalmente automatizada, a fábrica está instalada no Senai/ Cimatec - Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia, implantado em Salvador pela Federação das Indústrias da Bahia. O Centro oferece curso técnico em mecatrônica (a união entre as engenharias mecânica, elétrica e computação), faz pesquisa aplicada em parceria com universidades, presta serviços tecnológicos e, desde a última terça-feira, conta com um curso de pós-graduação em engenharia automotiva em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), o governo do estado e a Ford.

"A fábrica é a síntese, na prática, de tudo isso. É o mais moderno e completo sistema existente hoje no mundo, só contando com alguma coisa similar em Cingapura.

Pode inclusive ser operada remotamente, de casa", disse Herman Lepikson, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFBA e colaborador do projeto Cimatec. A Sangari venceu a licitação para fornecimento e integração de todos os equipamentos da CIM, fabricados pela israelense Degem, da qual a empresa inglesa é representante exclusiva no Brasil.

A fábrica custou cerca de R$ 2 milhões. Mas a empresa não se restringe a tecnologia, atingindo todas as áreas do conhecimento, desde a pré-escola. Fornece soluções completas de educação, ou programas específicos, a exemplo do CTC - Ciência e Tecnologia para Crianças.

Treina professores em todos os níveis - mantém em São Paulo uma parceria com a Escola do Futuro - USP, dedicada ao estabelecimento de instalações conjuntas para a condução de pesquisas pedagógicas e programas para o desenvolvimento de professores. No País inteiro, mantém centenas de contratos, com escolas particulares e também públicas.

Fonte: Gazeta Mercantil
Disponível em: http://www.universia.com.br/noticia/materia_clipping.jsp?not=728

sábado, 14 de agosto de 2010

CENSO 2010

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mas doutô uma esmola a um homem qui é são ...

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Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos

Vozes da Seca
Luíz Gonzaga
Composição: Luiz Gonzaga / Zé Dantas


Enquanto tomo o meu café da manhã, leio os jornais online (fazer assinatura com salário- de-professor nem pensar) me deparo com a seguinte notícia:

Governo de SP deve pagar R$ 50 a aluno que for a reforço de matemática - http://www1.folha.uol.com.br/saber/782363-governo-de-sp-deve-pagar-r-50-a-aluno-que-for-a-reforco-de-matematica.shtml

Esfrego os olhos, pois devo ainda estar dormindo, isso não pode ser verdade! Lamentavelmente estou acordada, logo me vem à cabeça dois versos da canção de Luiz Gonzaga “... Mas doutô uma esmola a um homem qui é são / Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão...”, ouvida no meu primeiro dia de aula no Ensino Médio, cantada e tocada em acordeão pelo professor de geografia, Heraldo Souza, mais conhecido como Souzinha, na A.E.CN.F., em Nova Friburgo no ano de 1976. Nunca esqueci essa aula, os problemas da região nordeste e a lição sobre o procedimento correto de um bom governante, dada pelos compositores .

Estou chocada com a irresponsabilidade e a incompetência das autoridades de São Paulo. Essa medida demagógica institui a falta de responsabilidade legalizando as notas baixas, pois o aluno do Ensino Fundamental que é responsável, interessado no aprendizado e tira boa nota só vai levar prejuízo. O que pretendem as autoridades que aprovaram essa medida? Incapacitar premeditadamente os filhos das famílias de baixa renda, viciando-os com a esmola do assistencialismo barato?

Continuo a maratona nos jornais online e no JB:
Aluno que fizer reforço de matemática receberá R$ 50 em SP http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/08/13/e13086672.asp

Aqui, fico sabendo de mais irregularidades sobre esse projeto, que se chama Programa Multiplicando o Saber, além de estimular irresponsabilidade, explora o trabalho infantil, os alunos com bom desempenho do 2º e 3º anos do Ensino Médio vão trabalhar 3 meses como tutores e ganhar R$ 115,00 (será que é um adestramento para viver com o salário de professor no futuro?), enquanto os filhos das camadas mais favorecidas estarão concentrados estudando em tempo integral para o ENEM e os vestibulares. Mais uma maneira de excluir os filhos das camadas populares do ensino superior.

Tem mais, esse projeto de incapacitação e exploração/exclusão de crianças e adolescentes conta com a parceria entre outros do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e de Organizações Não-Governamentais, ou seja a receita neoliberal da parceria Estado/iniciativa privada, seguida à risca por nossas autoridades. Muitos podem ver a presença e ação dessas instituições como um ato de bondade e caridade de estrangeiros preocupados com a miséria de um país pobre, entretanto não podemos nos deixar enganar, pois nas intenções escondidas sob esse manto de filantropia, não há o menor resquício de bondade. O objetivo é nos manter dependentes do saber tecnológico, servindo apenas como mão-de-obra barata e consumidores dependentes, eternos produtores de gêneros agrícolas. Sem educação de qualidade não há pesquisas, não há cientistas apenas mão-de-obra barata.

Será que as nossas autoridades não percebem que a Educação é uma questão de segurança nacional? Nos Estados Unidos, a autora dessa pedagogia da meritocracia, Diana Ravitch, já decretou a sua falência, isto é não serve aos interesses dos EUA, pois não educa, não prepara a juventude, não é adequada para manter nos anos futuros a inovação tecnologica da nação, mas parece que a Secretaria de Educação de São Paulo ignora esse fato, e adota o sistema falido, a sucata norte-americana para melhorar a educação pública.

Espero que algum juiz da Vara da Infância e da Juventude, respaldado pelo E.C.A. tome alguma medida, pois isso é uma violência contra a criança e adolescente e uma ameaça ao futuro do país. Espero também que o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo tome uma atitude enérgica, pois defender o interesse da educação e do aluno é também defender os interesses dos professores.

A sociedade não pode ficar calada diante dessa agressão às nossas crianças e dessa ameaça ao nosso futuro. O que queremos no futuro? Uma nação de incapacitados dependentes de esmolas e da tecnologia alheia e eternos produtores agrícolas; ou uma nação de cidadãos capacitados para ganhar a vida dignamente e com autonomia na área tecnologica? Não é dando e recebendo esmolas que vamos fazer do Brasil uma superpotência.

Caso as autoridades do Estado de São Paulo, em seu desespero e estupidez não saibam o que fazer, Luiz Gonzaga e Zé Dantas deixaram a solução, nos versos abaixo:

Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Brasil de Amanhã

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Brasil caminhava pela areia da praia, tonto e cambaleante (efeito da farra de carnaval). Repentinamente, ele se deparou com um velho, de longas barbas brancas, corpo magro e visivelmente doente, carregando um livro debaixo do braço.
Assustado com a aparência daquele senhor, Brasil perguntou-lhe:
– Quem é você?
– Não está se reconhecendo? – indagou o velho – Eu sou você amanhã.
O jovem Brasil, que já estava mareado pela bebida, ficou mais zonzo ainda:
– Quer dizer que eu serei assim no futuro?
– É claro. A idade chega para todo mundo, mas bem que você poderia ter cuidado melhor da sua aparência e da sua saúde, né? É por causa do seu desleixo que estou assim, doente e desmazelado.
– E onde você mora?
– Num barraquinho aqui perto.
– Barraquinho? Pensei que quando eu ficasse velho, moraria numa mansão igual à da China e dos Estados Unidos.
– Meu caro jovem, você tinha tudo nas mãos para ser rico e próspero. Só precisava se esforçar. Mas como você não quis trabalhar, não conseguiu mais nada na vida e ainda perdeu o que tinha.
– E eu... quer dizer... você mora sozinho?
– Vivo com minha companheira, a Venezuela. Ela está velha, desdentada, mais doente e mais pobre do que eu, mesmo assim eu gosto dela. Vivemos felizes... Quer conhecer meu cafofo? Lá é de pobre, mas é limpinho, viu?
– Outra hora. E que livro é esse debaixo do seu braço?
– Não faço a mínima ideia. Eu não sei ler. Uso esse livro como apoio para minha cabeça quando preciso descansar.
– Como isso é possível? Eu sou letrado. Achei que na minha terceira idade eu seria um homem douto e sábio.
– Eu sabia ler, mas de repente esqueci tudo. Outro dia, eu disse para minha companheira: Hoje sou um abitolado, porque não investi o suficiente na minha própria Educação. A Educação é como um remédio que devemos tomar a vida toda; senão, a doença retorna, e aqui está mais uma doença da qual padeço: o analfabetismo.
Após falar isso, o velho Brasil deitou-se na areia e colocou o livro sob a cabeça. Pediu licença ao rapaz e disse que precisava descansar para caminhar até o barraco.
Minutos depois, o jovem Brasil foi encontrado na mesma praia, dormindo com a cabeça sobre uma garrafa de bebida. Os amigos o chamaram. Ele acordou. Levantou com dificuldade. Gritou:
– Que bom! Era tudo um sonho. Vamo galera! Vamo pra avenida curtir mais um dia de Carnaval.

Este texto é minha contribuição para a blogagem coletiva “Brasil, 14 de novembro”, promovida pelo blog Cachorro Solitário, do Diogo C. Scooby.

Sobre o Autor: Valdeir Almeida é professor de Língua Portuguesa e Orientador Acadêmico de Graduação. Produz os textos do Ponderantes e do Painel do Educador

Fonte:http://www.ponderantes.com.br/2009/11/o-brasil-de-amanha.html

terça-feira, 10 de agosto de 2010

PROFESSORES ALVOS DA MÁFIA DOS EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS

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Vários professores da rede estadual do Rio de Janeiro, já foram vítimas do Golpe do Empréstimo Consignado. Só na escola em que trabalho mais de oito colegas foram vítimas desse golpe.

A quadrilha falsifica o contracheque e os documentos do docente e faz o empréstimo, a vítima só fica sabendo do golpe, ao receber o contra-cheque com o desconto da prestação.

Para evitar o problema, os servidores devem procurar SEPLAG e solicitar o bloqueio da sua margem consignável.
Proteja-se!


SEPLAG endereços:

Central de Atendimento
Av. Erasmo Braga nº 118 - Térreo - Centro - Rio de Janeiro

Tel. (21) 2299.1000 - 2533.4162 - 2292.5100 - Ramal 311 Horário de Funcionamento: 10:00 às 17:00 horas
Angra dos Reis

Rua Coronel Carvalho nº 230 - Centro (Colégio Estadual Arthur Vargas)

Tel. (24) 3365.1212
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas
Bangu

Rua Silva Cardoso nº 349 - Centro
Tel. (21) 2299.7001
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas
Barra Mansa

Rua Pinto Ribeiro nº 65
Tel. (22) 3322.8700
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Cabo Frio

Rua Profa. Ismar Gomes de Azevedo nº 13 - Centro
Tel. (22) 2643.3081
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Campos dos Goytacazes

Praça da República nº 30
Tel. (22) 2723.8435 - 2723.7845
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Itaguaí

Estrada do Mazomba, s/nº
Tel. (21) 2688.6192
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Itaperuna

Rua Cel. Luiz Ferraz nº 307 - Fundos
Tel. (22) 3824.5001
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Macaé

Rua Alfredo Backer nº 341
Tel. (22) 2772.1650 - 2762.1643
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Madureira
Praça do Patriarca, s/nº
Tel. (21) 3359.9938 - 2470.0738
Horário de Funcionamento: 08:00 às 16:00 horas

Niterói
Rua Marquês de Olinda nº 15
Tel (21) 2621-1354
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Nova Friburgo
Rua Gov. Roberto Silveira nº 1900
Tel (22) 2522-1974
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Nova Iguaçu
Rodovia Presidente Dutra nº 15450 - Jardim Esplanada
Tel (21) 2768-9135
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Paty do Alferes
Rua Dr. Peralta nº 802
Tel (24) 2485-1602
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

Petrópolis

Rua Paulo Barbosa nº 110/404
Tel (24) 2231-0193
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas
Encontra-se temporariamente desativado

Três Rios
Rua Manoel Duarte nº 81/02
Tel (24) 2255-1272
Horário de Funcionamento: 09:00 às 17:00 horas

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Recall Educação: modelo norte-americano apresenta defeitos.

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'NOTA MAIS ALTA NÃO É EDUCAÇÃO MELHOR'
02 de agosto, de 2010 - 0h00
Simone Iwasso - O Estado de S.Paulo



Erro. Ênfase em responsabilização de professor é danosa para a educação, afirma Diane


Uma das principais defensoras da reforma educacional americana - baseada em metas, testes padronizados, responsabilização do professor pelo desempenho do aluno e fechamento de escolas mal avaliadas - mudou de ideia. Após 20 anos defendendo um modelo que serviu de inspiração para outros países, entre eles o Brasil, Diane Ravitch diz que, em vez de melhorar a educação, o sistema em vigor nos Estados Unidos está formando apenas alunos treinados para fazer uma avaliação.

Secretária-adjunta de Educação e conselheira do secretário de Educação na administração de George Bush, Diane foi indicada pelo ex-presidente Bill Clinton para assumir o National Assessment Governing Board, instituto responsável pelos testes federais. Ajudou a implementar os programas No Child Left Behind e Accountability, que tinham como proposta usar práticas corporativas, baseadas em medição e mérito, para melhorar a educação.
Suas revisão de conceitos foi apresentada no livro The Death and Life of the Great American School System (a morte e a vida do grande sistema escolar americano), lançado no mês passado nos EUA. O livro, sem previsão de edição no Brasil, tem provocado intensos debates entre especialistas e gestores americanos. Leia entrevista concedida por Diane ao Estado.

Por que a senhora mudou de ideia sobre a reforma educacional americana?

Eu apoiei as avaliações, o sistema de accountability (responsabilização de professores e gestores pelo desempenho dos estudantes) e o programa de escolha por muitos anos, mas as evidências acumuladas nesse período sobre os efeitos de todas essas políticas me fizeram repensar. Não podia mais continuar apoiando essas abordagens. O ensino não melhorou e identificamos apenas muitas fraudes no processo.

Em sua opinião, o que deu errado com os programas No Child Left Behind e Accountability?

O No Child Left Behind não funcionou por muitos motivos. Primeiro, porque ele estabeleceu um objetivo utópico de ter 100% dos estudantes com proficiência até 2014. Qualquer professor poderia dizer que isso não aconteceria - e não aconteceu. Segundo, os Estados acabaram diminuindo suas exigências e rebaixando seus padrões para tentar atingir esse objetivo utópico. O terceiro ponto é que escolas estão sendo fechadas porque não atingiram a meta. Então, a legislação estava errada, porque apostou numa estratégia de avaliações e responsabilização, que levou a alguns tipos de trapaças, manobras para driblar o sistema e outros tipos de esforços duvidosos para alcançar um objetivo que jamais seria atingido. Isso também levou a uma redução do currículo, associado a recompensas e punições em avaliações de habilidades básicas em leitura e matemática. No fim, essa mistura resultou numa lei ruim, porque pune escolas, diretores e professores que não atingem as pontuações mínimas.

Qual é o papel das avaliações na educação? Em que elas contribuem? Quais são as limitações?

Avaliações padronizadas dão uma fotografia instantânea do desempenho. Elas são úteis como informação, mas não devem ser usadas para recompensas e punições, porque, quando as metas são altas, educadores vão encontrar um jeito de aumentar artificialmente as pontuações. Muitos vão passar horas preparando seus alunos para responderem a esses testes, e os alunos não vão aprender os conteúdos exigidos nas disciplinas, eles vão apenas aprender a fazer essas avaliações. Testes devem ser usados com sabedoria, apenas para dar um retrato da educação, para dar uma informação. Qualquer medição fica corrompida quando se envolve outras coisas num teste.

Na sua avaliação, professores também devem ser avaliados?

Professores devem ser testados quando ingressam na carreira, para o gestor saber se ele tem as habilidades e os conhecimentos necessários para ensinar o que deverá ensinar. Eles também devem ser periodicamente avaliados por seus supervisores para garantir que estão fazendo seu trabalho.

E o que ajudaria a melhorar a qualidade dos professores?

Isso depende do tipo de professor. Escolas precisam de administradores experientes, que sejam professores também, mais qualificados. Esses profissionais devem ajudar professores com mais dificuldades.


Com base nos resultados da política educacional americana, o que realmente ajuda a melhorar a educação?

As melhores escolas têm alunos que nasceram em famílias que apoiam e estimulam a educação. Isso já ajuda muito a escola e o estudante. Toda escola precisa de um currículo muito sólido, bastante definido, em todas as disciplinas ensinadas, leitura, matemática, ciências, história, artes. Sem essa ênfase em um currículo básico e bem estruturado, todo o resto vai se resumir a desenvolver habilidades para realizar testes. Qualquer ênfase exagerada em processos de responsabilização é danosa para a educação. Isso leva apenas a um esforço grande em ensinar a responder testes, a diminuir as exigências e outras maneiras de melhorar a nota dos estudantes sem, necessariamente, melhorar a educação.

O que se pode aprender da reforma educacional americana?

A reforma americana continua na direção errada. A administração do presidente Obama continua aceitando a abordagem punitiva que começamos no governo Bush. Privatizações de escolas afetam negativamente o sistema público de ensino, com poucos avanços de maneira geral. E a responsabilização dos professores está sendo usada de maneira a destruí-los.


Quais são os conceitos que devem ser mantidos e quais devem ser revistos?

A lição mais importante que podemos tirar do que foi feito nos Estados Unidos é que o foco deve ser sempre em melhorar a educação e não simplesmente aumentar as pontuações nas provas de avaliação. Ficou claro para nós que elas não são necessariamente a mesma coisa. Precisamos de jovens que estudaram história, ciência, geografia, matemática, leitura, mas o que estamos formando é uma geração que aprendeu a responder testes de múltipla escolha. Para ter uma boa educação, precisamos saber o que é uma boa educação. E é muito mais que saber fazer uma prova. Precisamos nos preocupar com as necessidades dos estudantes, para que eles aproveitem a educação.



QUEM É
É pesquisadora de educação da Universidade de Nova York. Autora de vários livros sobre sistemas educacionais, foi secretária-adjunta de Educação e conselheira do secretário de Educação entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush. Foi indicada pelo ex-presidente Bill Clinton para o National Assessment Governing Board, órgão responsável pela aplicação dos testes educacionais americanos.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100802/not_imp589143,0.php




sábado, 7 de agosto de 2010

BLOG DO EULER: O PODER E A FORÇA DA INFORMAÇÃO

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A falta de união da categoria é um dos maiores problemas enfrentados pela educação, entretanto há ventos de mudança no ar. Ontem, o Blog do Euler, educador de Minas Gerais, comemorou as 50 mil visitas e 242 postagens contadas a partir do dia 28.04.2010.

Temos que comemorar essa conquista, pois ela é um indicativo de que a união da categoria é possível, e já é realidade na blogosgera e no cotidiano dos educadores de Minas Gerais. A informação oferecida, pelo Blog do Euler, foi a responsável, não só por esse fenômeno, como também desempenhou um importante papel no sucesso da histórica greve dos docentes mineiros, batizada como a“Revolta dos 47 dias”, rompendo o silêncio conivente da mídia, manteve os docentes informados estimulando-os na luta.

Euler assim descreve outra importante função desempenha pelo seu blog: “O nosso blog tem também procurado contribuir com a construção voluntária e horizontal de uma rede de blogs que trata dos problemas da Educação pública e de outros problemas ligados aos de baixo. De modo informal, dezenas de blogs dialogam entre si com certa frequência”. A rede a cada dia está crescendo e promovendo a união da categoria, cimentando-a através da informação e do diálogo.

Acabei de enviar um e-mail de congratulações e aproveitei o momento para propor a criação da UVD - União Virtual do Docentes - uma comunidade reunindo professores de todo o Brasil, para o debater e discutir os rumos da educação nacional. Docentes unidos para apresentar propostas concretas e reais, denunciar as arbitrariedades, fiscalizar a aplicação dos recursos, partilhar nossos problemas, desenvolver campanhas virtuais para cobrar dos nossos representantes na câmara e no congresso medidas para solução dos problemas relativos à educação.

Reproduzo abaixo, o artigo escrito pelo Euler referente a comemoração do record do seu blog:

50 mil visitas e 242 postagens!

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A serviço da luta dos educadores de Minas e demais explorados do Brasil e do mundo.


O nosso blog bateu a casa das 50.000 visitas em pouco mais de três meses, desde 28/04/2010, quando colocamos o contador de visitas. Neste curto período, publicamos mais de 200 textos, a maioria dos quais ligada à histórica luta dos educadores de Minas, especialmente à maravilhosa Revolta dos 47 dias.

O blog acabou se tornando uma das muitas expressões de comunicação e análise crítica do importante movimento dos educadores de Minas, preenchendo a lacuna da omissão e do silêncio por parte da mídia mineira e nacional, quase toda ela vendida e cúmplice do faraó e do seu grupo - e de outros grupos afins.

Nosso blog tem procurado manter a fidelidade aos interesses e à luta dos profissionais da Educação pública e o compromisso ético com os de baixo. O blog é claramente contra os governantes de plantão, contra os interesses dos de cima - nacionais e internacionais - e suas artimanhas urdidas para fazer perpetuar a exploração e o sofrimento da maioria da população. Com essa postura o blog recebe forte apoio de educadores e outras personalidades não ligadas à Educação. Dezenas de pessoas visitam diariamente o nosso blog, manifestam suas opiniões livremente e procuram interagir com outros colegas de luta também por meio deste espaço.

O nosso blog tem também procurado contribuir com a construção voluntária e horizontal de uma rede de blogs que trata dos problemas da Educação pública e de outros problemas ligados aos de baixo. De modo informal, dezenas de blogs dialogam entre si com certa frequência. É o caso, só para ficarmos em alguns poucos exemplos, do Blog do COREU, coordenado pelo colega e amigo Wladmir Coelho; do Blog da Cris, da nossa combativa amiga e colega Cristina; do Blog Proeti no Polivalente, de outra combativa colega, a Vanda Sandim de São João del-Rei; do Blog S.O.S. Educação Pública, da igualmente guerreira colega professora Graça Aguiar, do Rio de Janeiro; do Blog Em Busca do Conhecimento, do nosso colega e amigo Sebastião Gonçalves, de Conselheiro Lafaiete, além de grande número de outros valorosos blogs, de colegas professores ou de outras áreas. Além da crítica política e social, encontramos também, nestes blogs, informação variada, poesia, textos acadêmicos, imagens, etc.

Ainda que este movimento virtual de comunicação não se compare ao alcance da grande mídia, ele consegue romper o silêncio cúmplice, atingindo os mais longínquos territórios, contribuindo assim para a verdadeira prática da liberdade de opinião e de expressão, tão decantada por aqueles da mídia burguesa, que infelizmente nunca a praticam.

Num tempo ainda sem calendário programado é possível que este movimento de blogueiros autônomos consiga desenvolver melhor outras ferramentas virtuais, como rádios livres e TVs. Com o avanço da tecnologia e a extensão da rede virtual para as escolas e lares de Minas e do Brasil e do mundo, tudo pode ser pensado. E realizado.

Mas, quaisquer que sejam as mudanças e evoluções ocorridas no mundo virtual como reflexo do mundo real, nosso blog estará sempre, enquanto existir, a serviço da luta dos educadores de Minas e do Brasil e dos de baixo em oposição às elites dominantes. A razão de ser deste blog não é outra senão dar uma firme contribuição para a organização e a luta dos explorados, especialmente ao movimento dos educadores de Minas, ao qual estamos ligados de muitas formas.

Que o nosso movimento - virtual e real - ganhe força, cresça e consiga realizar o sonho de milhares de trabalhadores da Educação, conquistando, na luta, condições dignas de trabalho, salário decente, democracia e autonomia nas escolas. E o nosso blog, quando completar 100 mil visitas e outras tantas postagens, pretende comunicar este acontecimento ao lado dos colegas trabalhadores, seja para chorar as nossas decepções e derrotas, ou para comemorar as nossas conquistas, que esperamos sejam cada vez maiores.

Agradecemos a cada ilustre visitante por nos honrar com sua presença virtual e por nos inspirar nesse trabalho diário de alimentar o blog com o fogo da indignação e da revolta contra as injustiças de que somos vítimas cotidianamente. As elites dominantes podem quase tudo. Quase. Contudo, jamais conseguirão nos calar.

Postado por Blog do Euler às 20:48

Fonte: http://blogdoeulerconrado.blogspot.com

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Salário Anticoncepcional, Culpa e Inveja

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Durante o recesso, recebi a visita de um amigo dos tempos da UERJ, nossa amizade começou durante o curso e se mantém até os dias de hoje. Temos o mesmo tempo de trabalho no magistério e dividimos as nossas inquietações sobre a educação, estamos permanentemente em busca de soluções para dar o melhor para os nossos alunos.

Meu amigo sonha em ter um filho, está preocupado, pois já completou 30 anos e deseja ardentemente ter uma família, mas há uma pedra em seu caminho que impede a realização de seus sonhos: o salário. Como será possível manter uma família, educar uma criança ganhando tão pouco? Abandonar o magistério e partir para outra carreira esta fora de cogitação, pelo menos por enquanto. Será que para atuar no magistério, o docente terá que optar pelo celibato? Nem mesmo a religião impõe essa restrição, São Paulo prescreve o celibato apenas para aqueles que têm vocação. Ter que escolher entre a multiplicação do saber e a multiplicação da espécie é uma punição terrível, imposta à aqueles que cometem o pecado de ter vocação para o magistério. É irônico e cruel que o ser que vai trabalhar com crianças tenha que renunciar o direito da paternidade e da maternidade.

As longas jornadas de trabalho a que temos que nos submeter para ter o básico para a subsistência, mais o tempo trabalhado fora da sala de aula, pois uma parte substancial é feita em casa, não deixa tempo para os docentes se dedicarem à família. No caso das profissionais do sexo feminino, soma-se à sua carga laboral o cuidado com a casa. Foi-se o tempo em que o salário permitia o pagamento de uma empregada.

Atualmente os profissionais que estão atuando no magistério, são os espécimes mais resistentes e capazes da espécie, como também os mais comprometidos com seu trabalho, que estão dando o próprio sangue, os sonhos e a vida para executar as sua tarefas.

Os críticos de plantão, enchem a boca para dizer que o magistério é uma área que só atrai os incapazes, pois só fracassados sem opção aceitam viver nestas condições. Perdôo e lamento a ignorância e a má fé de todos aqueles, que nos enxergam com esse olhar, pois sei que para entrar no magistério, nas atuais condições, só mesmo sendo muito capaz , para quem não sabe, a relação candidato/vaga é maior do que a do vestibular das faculdades públicas e o nível das provas só permitem a entrada dos melhores. E diante das condições adversas que enfrentamos no nosso cotidiano, caso os nossos detratores se dessem ao trabalho de conhecer, poderiam constatar que uma pessoa que se enquadra no perfil de fracassado, não teria a mínima condição psicológica de passar uma hora em sala de aula.

Incapazes e fracassados são aqueles que optaram pela docência, mas não tiveram a coragem de enfrentar o campo de batalha, preferindo se esconder longe da sala de aula, para viverem a educação na teoria, no conforto ilusório do plano ideal, e na tentativa de abafarem os seus complexos de culpa, criticam com tintas carregadas na inveja, aqueles que tiveram e têm a coragem que lhes falta.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Educação à moda "casa-grande e senzala"

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A sociedade do Brasil escravocrata era caracterizada pela divisão entre senhores e escravos e o espaço físico também expressava essa dicotomia concretizada na casa-grande e na senzala. Transcorridos 110 anos desde a extinção oficial da escravidão pela assinatura da Lei Áurea a mentalidade e as práticas escravocratas ainda orientam a vida nacional e a divisão da sociedade, mesmo ilegal é real.

A casa-grande e a senzala repaginadas denigrem a nossa paisagem que exibe a riqueza/saber dos senhores e a miséria/ignorância do povo. A nação continua dividida entre ricos e pobres e não há no horizonte perspectivas para diminuir o fosso que se aprofunda a cada gestão. As políticas públicas que deveriam ser orientadas para diminuir as desigualdades, infelizmente parecem voltadas para sua perpetuação e aprofundamento.

Os serviços públicos destinados ao povo, direitos reais e legítimos presentes na Constituição, são encarados como favores e destorcidos pela perspectiva perversa de que “para pobre qualquer coisa serve” e somente em migalhas, o povo tem esses direitos na saúde, na justiça e na educação.

Na área da educação é evidente a orientação dessa mentalidade escravocrata, enquanto os filhos dos abastados recebem uma educação de qualidade que os prepara para o mando e a direção, os filhos dos pobres recebem uma educação sem qualidade que os condenada à subserviência e a dependência.

A negligencia para com a educação é proposital, pois tem como objetivo a perpetuação desse sistema, não permitindo aos seguimentos mais pobres da população adquirir capacitação adequada para romper os grilhões da miséria e conquistar autonomia econômica e intelectual. A escola pública, à semelhança da senzala é caracterizada pelo improviso, ao contrário da escola privada que seguindo os moldes da casa-grande é planejada. Na escola pública aprovação automática, na privada prevalece a aprovação pelo domínio do conteúdo; na pública salas superlotadas e atendimento coletivo, na privada poucos alunos e atendimento individualizado; na pública grade reduzida contemplando um conteúdo mínimo, na privada grade curricular orientada segundo as exigências dos exames para o ingresso no nível superior das melhores instituições.

Nos discursos de campanha para as próximas eleições, candidatos prometem com alarde a ampliação dos cursos técnicos profissionalizantes como avanços para a área de educação pública. É lamentável constatar que em agosto de 2010, o destino reservado para o filho do pobre não é o ensino superior, não é a capacitação para dirigir e planejar, é o caminho do eito, do trabalho para a subsistência, é preciso ocupar as mãos do pobre e deixar a sua consciência embotada, lhe permitir uma educação suficiente apenas para o trabalho físico, pois as vagas para o trabalho intelectual, que possibilitam as oportunidades de administrar, de planejar e influir nos rumos da nação, já estão reservadas para o filho do rico.
Infelizmente, na nossa sociedade os ricos interessados na manutenção do seu status-quo, endossam essa proposta educacional escandalosa e perversa, enquanto a massa de miseráveis conformada, entorpecida pelo banzo e viciada na esmola assistencialista, aceita e aplaude essa proposta na inconsciência da sua liberdade e do poder do seu voto. O triste resultado dessa prática é a manutenção da senzala e o fortalecimento da casa-grande na nossa paisagem e permanência da sociedade brasileira e do Brasil nos tempos coloniais sem ainda ter visto o raiar do século XXI.

Sem uma educação pública de qualidade a longa noite das trevas coloniais continuará dominando essas terras, a igualdade social, a justiça e a democracia continuará sendo um sonho remoto para os cativos, como evidência dessa realidade, reproduzo abaixo um texto de Paulo Henrique Amorim, publicado em seu Blog Conversa Afiada.


Paraisópolis e Morumbi: Casa Grande & Senzala
8/fevereiro/2009 22:05

“A renda das pessoas que moram no Morumbi é dez vezes maior do que a das pessoas que moram em Paraisópolis. Em Paraisópolis há quinze mil analfabetos.
No Morumbi só não vai à universidade quem não quer. Em Paraisópolis, cinco mil crianças não tem escola para estudar. A criança que for à escola aqui no Morumbi pode pagar uma mensalidade de mil, mil e duzentos reais. Oitenta por cento das pessoas que moram em Paraisópolis trabalham no Morumbi como babás, empregadas, faxineiras, seguranças, zeladores. E se você derrubar uma casa em Paraisópolis, que vale dez mil reais, e construir do lado de cá, no Morumbi, essa casa vai valer, no mínimo, um milhão de reais”.

Essa foi uma passagem que fiz para uma reportagem sobre Paraisópolis que o Domingo Espetacular exibiu.

Nesta mesma reportagem, eu disse que se trata, na verdade, da distância que existe entre “Casa Grande & Senzala”.

Paulo Henrique Amorim