segunda-feira, 31 de maio de 2010

JOGO ESTIMULA AGRESSÃO À PROFESSORA

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Como se já não bastassem as agressões em sala de aula, as comunidades no Orkut, os vídeos postados no Youtube, temos agora um jogo em que o vencedor será o aluno ou aluna que conseguir atirar e acertar mais objetos – garrafa, livro ou bola de papel - na professora.
O nome original do jogo é Class Room Fun, em português recebeu o nome de Aprontar com a Professora.


"Descrição do Jogo: Dona Zulmira é uma professora muita chata e gosta de aplicar provas de surpresa para ferrar com os alunos, mas neste jogo de aprontar com a professora os alunos poderão se vingar dela jogando objetos na sua cabeça. Enquanto ela fica passando no corredor para pegar os alunos colando selecione um objeto e digite o número correspondente ao aluno para jogar o objeto. Mas cuidado se ela descobrir quem jogou além de ganhar zero na prova vai levar um puxão de orelha.
Como jogar: Use barra de espaço para selecionar o objeto e teclado numérico para selecionar o número que representa o aluno capetinha que vai jogar o objeto.
Tamanho do Jogo: 332 KB "
FONTE:

Alguns sites, dirigidos ao público infanto-juvenil estão disponibilizando o jogo, online ou então cópia para instalar no computador e jogar offline. Este jogo além de estimular o desrespeito e a violência para com os docentes:
• induz e banaliza a indisciplina;
• mostra a avaliação como uma punição;
• faz apologia à vingança;
• estimula e incentiva a cola.

Sites que oferecem este jogo:
http://www.pegajogo.com/download-jogos-online.asp?id=8076&jogo=baixar+Aprontar+com+a+professora
http://www.jogosonlinegratis.org/jogoonline/aprontar-com-a-professora/

http://www.meusgames.com.br/jogos-gratis/aprontar-com-professores.html

http://www.guaraparivirtual.com.br/jogosonline/categoria_jogos_online.asp?cod=humo
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domingo, 9 de maio de 2010

RECURSOS DIDÁTICOS

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O saber é algo que só cresce se for compartilhado. A falta de socialização de experiências e materiais entre os docentes é uma prática que torna a nossa atividade mais difícil e empobrece a educação.

Levar novidades para a sala de aula é a preocupação básica de todos nós. Nas minhas incursões pela Internet, na busca de novidades para as minhas aulas de História, frequentemente encontro material referente às outras disciplinas e acho importante divulgá-las aqui no blog.

Recursos Didáticos
veja no lado direito da página - é a mais nova seção do S.O.S. Educação Pública, criada para compartilhar experiências, materiais e ferramentas. Para acessar, basta clicar sobre o nome e automaticamente você será direcionado para página correspondente.

Dica importante, ao acessar as páginas recomendo que faça uma cópia do material que achar interessante, porque as coisas boas existentes na Internet são voláteis, se gostou pegue e guarde, amanhã aquele ótimo site poderá não existir. O material gravado no computador, posteriormente deve ser passado para um CD ou DVD.

Conto com a colaboração e ajuda de todos para avaliar o material indicado. Mande a sua opinião, pois de nada adianta indicar algo se não tiver utilidade, infelizmente não tenho como avaliar recursos fora da minha área. As mensagens podem ser postadas em comentários de qualquer postagem.

Aproveito a ocasião para disponibilizar o blog e convidar a todos para compartilhar experiências, dicas e materiais.

sábado, 8 de maio de 2010

Nem anjo nem sacerdote: apenas seres humanos de carne e osso...

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O texto abaixo nasceu de uma reflexão sobre a indignação da população, manifestada em comentários postados, em diversos jornais online, sobre as greves dos docentes ocorridas em São Paulo, Minas Gerais e a paralisação realizada no Rio de Janeiro pela categoria. Analisando mais de 500 comentários postados sobre esses movimentos, percebe-se nas entrelinhas, que a motivação dessa reação encontra-se na figura do professor/professora, plasmada no imaginário popular.

A representação da figura do professor/professora tecida pelo imaginário coletivo coloca o indivíduo que a exerce no plano incorpóreo. O real significado da palavra aluno – ser sem luz – reforça essa imagem, professor/professota dentro dessa perspectiva é o guardião dispensador da luz. A divinização da profissão desloca o humano que a exerce do plano das necessidades materiais. Inconscientemente é tido como um ser divino, uma espécie de anjo tutelar, uma entidade sobrenatural. Logo, a sua razão de ser é a doação da luz materializada no saber. As atribuições desses profissionais extrapolam a o âmbito do conhecimento técnico para o qual ele é preparado, para além da capacitação técnica a sua função se estende à construção da identidade moral, psicológica, política e social do aluno. A docência é vista mais como missão do que profissão, colocando aqueles que a exercem em uma área indefinida, pois o objeto de sua ação é ao mesmo tempo material e imaterial, secular e espiritual.

Diferentemente do profissional da medicina - profissão também estigmatizada como missão – o médico tem uma missão direcionada para um objeto específico: o bem estar do corpo físico. Já a “missão” do docente não tem uma fronteira definida. A dimensão humana do docente é totalmente ignorada. Essa indefinição da missão do docente é extremamente prejudicial para o indivíduo que a exerce, pois ao mesmo não é permitido possuir/admitir as necessidades humanas consideradas normais para as outras categorias profissionais. Não é levado em conta que esse profissional necessite uma remuneração digna, de cuidados com a saúde e de tempo para a família e o lazer.

Concebido como uma fonte inesgotável deve sempre doar e nunca receber, deve ter paciência inesgotável para com todos, não deve adoecer e deve viver única e exclusivamente para a profissão, além de ter a capacidade milagrosa de remover todos os obstáculos que se interpõem entre o aluno e o saber, principalmente os de ordem estrutural. Professor/professora dentro desta perspectiva torna-se uma espécie de monge secular obrigado a cumprir votos sagrados de pobreza, celibato e renuncia. Essa imagem está tão arraigada, que é comum se ver profissionais da área constrangidos diante de suas necessidades humanas. Reivindicar melhores salários, condições dignas de trabalho, respeito e consideração soam como heresia, espera-se deste segmento uma postura de eterna filantropia e espírito de caridade.

A população esquece que o docente:

• não tem asas para ir para o trabalho voando e que depende de transporte como qualquer mortal (será, que é por isso que até agora não tem direito ao vale transporte?);
• como qualquer pessoa precisa de alimentos tipo: arroz, feijão, carne, etc. (o ticket alimentação faz falta);
• não tem a capacidade para enxergar no escuro e tem que pagar a conta de energia elétrica,
• não é dotado de telepatia para se comunicar e por isso tem que pagar telefone;
• não é um ser solitário e tem família para cuidar, alimentar, vestir, calçar, educar, etc; que o seu corpo não é coberto por uma túnica diáfana, precisa comprar roupas; que o seu saber é adquirido e atualizado através de meios materiais e tem que comprar livros, jornais e pagar cursos e seminários para o adquirir.

“QUANDO VOCÊS FIZERAM O CONCURSO, JÁ SABIAM O QUANTO IAM GANHAR!” foi a frase mais citada nestes comentários (e em qualquer momento quando o assunto é o salário do magistério) que de tanto ser repetida já virou um bordão. Sim, os docentes sabiam, mas o seu grande defeito, o qual é inerente à sua condição humana, é que esse profissional sonha, acredita na educação e ama estar em uma sala de aula. Se reclama é que deseja continuar fazendo o seu trabalho e para que isso aconteça, tem que continuar vivo, com saúde, com uma boa dose de auto-estima, com estabilidade emocional e com condições materiais para exercer o seu ofício. É importante lembrar, que se há reclamações é porque os professores e professoras ainda estão motivados, respeitam os seus alunos e acreditam na educação, o profissional desmotivado, sem esperança não protesta, resignado se cala ou pede demissão...

Especialistas já estão prevendo um apagão na área do magistério em função da baixa remuneração e das precárias condições de trabalho oferecidas aos profissionais ligados à educação. Entretanto, esse apagão pode chegar a qualquer momento, diariamente inúmeros profissionais estão abandonando o magistério obrigados por problemas de saúde e também em busca de melhores perspectivas de salários.

Que futuro poderemos esperar para a educação se os que estão fora não querem entrar e os que estão dentro estão sendo obrigados a sair?