sexta-feira, 1 de abril de 2011

A VOTAÇÃO DO PISO NACIONAL DO MAGISTÉRIO

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E o vento levou ... Mais uma vez a nossa categoria está perdendo uma oportunidade histórica por falta de união e liderança. A presença maciça da categoria em Brasília para acompanhar essa votação é uma oportunidade única para dar visibilidade aos problemas reais da educação e acabar com a demagogia. Meia dúzia de gatos pingados, a mídia e os políticos podem ignorar, mas uma multidão e uma paralisação nacional não seriam ignoradas.

Entendo a revolta da categoria com as entidades representativas, pois temos que admitir que somos uma categoria acéfala, sem liderança. Esperava que os nossos representantes, salvo raras exceções, tão ocupados com a politicagem medíocre, não tivessem desperdiçado essa oportunidade de agir politicamente. Penso que uma paralisação nacional e o envio de caravanas de todo o país, demonstraria para todos a importância que temos para a nação, daria visibilidade às nossas necessidades e atrairia para os problemas da educação a atenção da sociedade, desmontando assim a farsa midiática montada pelos responsáveis pela educação pública.

Gostaria de chamar a atenção para uma questão que está sendo deixada de lado na discussão sobre o piso. O piso proposto refere-se principalmente aos professores com carga de 40 horas, entretanto é preciso lembrar dos docentes que possuem carga de 20 horas. Aqui no Estado do Rio de Janeiro a grande maioria tem carga de 20 horas e com salário de R$ 762,69 bruto e para a maioria a questão do piso parece não lhes dizer respeito. Até agora pouco se sabe como ficará a situação dos docentes com carga horária inferior a 40 horas, aqui ainda não vi nenhuma liderança debatendo a questão. Acredito que o mesmo esta ocorrendo em todo o país. Onde estão as lideranças sindicais e as entidades de classe que não percebem esse fato e estão jogando fora essa oportunidade para unir e mobilizar a categoria?

O valor estipulado para o piso nacional é ridículo, mais uma peça de marketing demagógica, pois para a maior parte da população que ganha um salário mínimo de 540, 00 reais , um salário de R$ 1.187,00 é considerado bom e indica que os políticos estão realmente cuidando da educação, sem perceber que esse valor equivale praticamente a dois salários mínimos  demonstrando, que a proposta de valorização da educação e do docente, feita na campanha presidencial foi pura demagogia.

Se a nossa categoria tivesse liderança comprometida, em primeiro lugar já teria se mobilizado para estabelecer um valor pelo menos decente e estaria comprometida com a luta pela federalização da educação, como tem sido proposta no Blog do Euler Conrado. Os nossos (des) representantes são míopes e se contentam com as migalhas da politicagem, pois nem mesmo ambição política estão demonstrando, pois poderiam, a exemplo dos metalúrgicos do ABC paulista, na década de 70, escrever uma nova página da história. Infelizmente nos falta um líder carismático e comprometido, como era o Lula naquele momento, que soube fazer a hora e não esperou acontecer.

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