A reportagem "Campanha de Serra faz ofertas a evangélicos" publicada hoje, na de Folha de São Paulo, faz uma revelações preocupantes para a educação, a democracia e a segurança nacional.
O jornal simplesmente relata o fato, não apresentando para o leitor uma análise sobre as possíveis consequências dessa parceria, o que seria esperado de um veículo de informação de massa. Caso fosse uma proposta do PT, certamente a reportagem não deixaria de dizer que em breve, as brasileiras estariam usando burca e nossas crianças estariam sendo treinadas para servirem a Al-Quaeda!
Em entrevista o Pastor Alcides Cantóia Jr., da Assembléia de Deus, revela que está usando como argumento as parceiras entre as igrejas e entidades assistenciais a elas vinculadas com as prefeituras e o governo, prometidas pelo PSDB, para conquistar a adesão de pastores e levar seus fiéis a votarem em Serra.
Segundo Cantóia, "o objetivo é levar as crianças para dentro da igreja" para complementar a atividade da escola e também acena com a possibilidade das igrejas funcionarem como creches e que se tornem intermediárias do programa Viva Leite.
Caso os tucanos vençam a eleição, estaremos diante de um retrocesso da educação, a qual lutou durante anos no Brasil para se libertar da esfera religiosa. É assustador ver a expansão do fundamentalismo religioso em nossa sociedade, principalmente entre as camadas menos favorecidas da população.
A parceria proposta por Serra aos evangélicos mostra que à educação pública, na sua concepção, é objeto de barganha em troca de poder. Essa proposta representa a transferência para particulares de funções que competem ao Estado, isto é, mais uma vez, os tucanos estão propondo o desvio dos impostos para favorecer iniciativas particulares de qualidade duvidosa e fortalecer politicamente esses grupos subsidiando programas assistenciais, que na verdade têm como objetivo a formação de currais eleitorais conservadores.
A vitória tucana nestas eleições pode abrir caminho para a implantação de verdadeiras “madrassas” em nosso país. Projeto que se for implantado não será uma ameaça apenas para a educação, a própria democracia estará em perigo. Essas “madrassas” e esses “currais eleitorais” representam uma ameaça à liberdade em todos os sentidos criando as condições necessárias para que no futuro uma ditadura teocrática venha a substituir a democracia.
Não devemos subestimar esse conchavo tucano, pois a expansão do fundamentalismo evangélico é também uma ameaça à segurança nacional, pois faz parte da estratégia norte-americana para eliminar a oposição e expandir os seus interesses na América Latina. O investimento e o incentivo dados pelos EUA a esse movimento vem de longa data. Vários estudos comprovam com documentos, do próprio governo norte-americano, comprovam o que objetivo dessa prática não é religioso e sim político e estratégico.
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