quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A SÍNDROME DE DALILA DEBILITA A CATEGORIA

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O SINDICATO é uma instituição que foi criada para unir os trabalhadores e  defender seus  interesses, pois sua força vem da união, mas no caso dos profissionais da educação funciona como um divisor da categoria.

De um lado os que apóiam e acreditam no Sindicato e do outro os que o abominam. Os primeiros reconhecem a importância desta instituição e estão conscientes dos benefícios, conquistado à custa de muito suor, lágrimas e até sangue, pois não há manifestação sem distribuição dos “afagos” das tropas de choque e spray de pimenta. Para os segundos o Sindicato nunca faz nada! Recusam-se categoricamente a reconhecer que os benefícios por eles recebidos foram conquistados, ou melhor, arrancados, por meio de muita luta.

É claro que como uma instituição criada e composta por seres humanos não é perfeita, mas é algo que pode ser mudado e melhorado por seus filiados. A diretoria é corrupta? Não está defendendo os nossos interesses como deveria? São problemas que dependem única e exclusivamente dos filiados  para serem resolvidos, pois estamos falando de uma instituição 100% democrática, onde tudo é decidido e feito coletivamente. Entretanto não é possível querer um Sindicato perfeito e forte sem participação.

A relação existente entre o Sindicato e a categoria por ele representada e como a relação de Sansão com seus cabelos. A força do Sindicato está justamente na união e na participação da categoria, isso mesmo, somos nós os cabelos. Vide o caso do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista que na década de 70, em plena ditadura, mudou a história do país. Não pensem que foi o carisma do LULA que garantiu o sucesso da luta, foi à união e a participação da categoria que garantiu o sucesso dos metalúrgicos.

Um Sindicato com apenas meia dúzia de gatos pingados não é nada, não tem força, poder ou influência política, a máxima é velha, mas nunca é demais repetir: “a união faz a força”.

No nosso meio fala-se de “consciência crítica” e de “cidadania”, mas francamente, a nossa categoria só fala, poucos a praticam. Somos perante a sociedade os responsáveis pelo desenvolvimento da cidadania e da consciência crítica, agora repaginada no currículo mínimo como “criticidade”, entretanto a julgar pelo comportamento da maioria, somos os menos indicados para essa tarefa. Cidadãos que não defendem seus interesses e vivem uma realidade de completa alienação, não sabe e nem quer saber sobre a gestão da coisa pública, nossa participação política resume-se ao voto encabrestado, pois se não fosse obrigatório, poucos se dariam ao trabalho de votar. Não acompanha a administração dos impostos que pagamos, aceita passivamente o emprego das verbas públicas como se isso não fosse do seu interesse.

Que tipo de cidadão, profissionais desse tipo, vão formar? Cidadãos passivos e que existem, única e exclusivamente, para cumprir os seus deveres e ignorar os seus direitos? Será que o aluno/a vai acreditar quando esse profissional “ensinar” a importância dos diretos garantidos pela Constituição? Será que a sua fala vai ter a convicção necessária para convencê-lo? Dá pra acreditar em alguém que diz uma coisa e faz outra, do tipo “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”? Claro que não! O exemplo é um poderoso recurso didático e ninguém tem o poder de convencer o outro se não tiver fé no que fala. Certamente que o cidadão que vai sair das mãos desses docentes será totalmente inadequado para viver em uma democracia, pois será um zumbi alienado e passivo mais apropriado para a vida em uma ditadura. Se amanhã os canhões e as baionetas voltarem ao poder, esses profissionais terão uma grande parcela de culpa...

A participação sindical é um ato de cidadania e de criticidade. É importante que a categoria tenha consciência e conhecimento das ações do sindicato, pois êxito das lutas desenvolvido pela instituição depende do apoio da massa que ele representa.

De que adianta o Sindicato apresentar emendas, lutar por sua aprovação sem o apoio da categoria. É muito fácil dizer que a greve não adiantou em nada para resolver o problema do salário, mas caso o sindicato não tivesse atuado, o percentual teria sido muito menor.

Duas questões importantes para os professores da rede estadual do estado do Rio de Janeiro já foram encaminhadas pelo SEPE, entretanto a implementação de ambas depende da mobilização da categoria, são elas:

  • os recursos para a incorporação imediata de todas as parcelas do Nova Escola (R$ 494 milhões);
  • os recursos para o descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos (R$ 99 milhões).

No dia 20 de dezembro de 2010, a Alerj aprovou essas duas emendas ao orçamento referentes aos recursos citados acima, propostas pelo SEPE á comissão de Educação, em 17 de novembro. Agora está na dependência do Executivo a implementação das medidas para a execução dessas emendas.

Ou seja, o Sindicato, que nunca faz nada, segundo a maioria, fez a sua parte o resto depende só da categoria. Será que vamos ficar morrer na praia por falta de participação?

Parem de agir como Dalila!


Caso vocês tenham interesse em receber imediatamente as parcelas do Nova Escola e ver o fim do descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos, a hora é essa!

 
Todos à Assembléia Geral

no dia 12/02 - 14h na ACM – Rua da Lapa, 86 - Centro



P.S.: É no sábado, portanto não há desculpas para faltar!


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