sexta-feira, 25 de março de 2011

VIRA-LATA VIRTUAL

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Reconheço que o blog ficou abandonado nestas últimas semanas, mas a minha ausência não significa desistência da luta por uma educação de qualidade é justamente o contrário. Durante esse tempo estou quebrando a cabeça na produção de material didático.

Apesar de estarmos no século XXI, o material didático ainda se encontra no século XVI. Vocês já perceberam que depois do livro nada mais foi criado? Como se pode interagir com as crianças e os adolescentes da era da informática tendo-se apenas um livro, que, diga-se de passagem, deixa muito a desejar. A grande inovação dos livros didáticos são as ilustrações coloridas, mas será que isso é atraente para um público habituado às imagens em movimento em HD?

Desde 2005, venho utilizando em minhas aulas apresentações em PowerPoint apresentadas com data show. Procuro montar essas apresentações com imagens e mínimo de texto buscando tornar esse recurso interessante. Mas reconheço que isso é como um flanelografo digital e eu quero mais! Quero movimento, só imagens por mais bem elaboradas que sejam não conseguem prender a atenção de uma geração acostumada ao movimento e à velocidade.

Tenho a cabeça cheia de idéias e projetos, mas esbarro na falta de verbas. Com um salário - bruto de R$ 732,69 sendo o líquido R$ 652, 10 -  não tenho condições para fazer cursos sofisticados de informática nem grana para comprar os programas necessários para criar softwares educativos. Confesso que a teimosia é um dos meus maiores defeitos e mesmo diante de tantos obstáculos continuo tentando fazer alguma coisa. Sem dinheiro para comprar os programas, o jeito é ficar procurando na Internet, sou literalmente uma vira-lata virtual. Vivo baixando e testando programas, o duro é que os melhores não são de graça, dão apenas uma demonstração e quando a gente menos espera o prazo de utilização já se esgotou. Outro problema e descobrir como usar esses programas, pois sem a possibilidade de fazer cursos o jeito é ser autodidata e se virar sozinha.

Além dos projetos que mencionei, pretendo organizar uma videoteca a partir de documentários encontrados na Internet. Com apenas dois tempos por semana, é impossível exibir um filme completo para as turmas. Além do fator tempo, a exibição de vídeos envolve algumas dificuldades como, por exemplo, a classificação por faixa etária. Outro problema é que maioria dos documentários exibidos na TV a cabo, apresentam problemas sérios, pois não são filmes didáticos e sim produções voltadas para o entretenimento. Geralmente são focados na figura dos “heróis” deixando de lado os aspectos históricos que são importantes, daí vem a necessidade de editá-los para usá-los como material didático. A edição dá trabalho, principalmente quando não se tem um bom programa para fazê-la como é o meu caso, mas vale a pena, pois não só eliminamos o que não serve como também podemos ter um vídeo compatível com o tempo que temos para a exibição.

Desde o mês de janeiro (descanso carregando pedras) estou nesta maratona, tentando encontrar ferramentas para desenvolver as minhas idéias. No momento estou tentando desenvolver uma série de exercícios para serem aplicados no laboratório de informática, mas está sendo muito complicado pela falta de recursos.

Também estou desenvolvendo, no plano teórico, uma série de jogos didáticos, pois pretendo patenteá-los e sair batendo de porta em porta para ver se consigo financiamento para produzi-los. É uma espécie de jogo que pode ser utilizado para trabalhar com qualquer disciplina, bastando apenas fazer alguns ajustes.

A importância da educação, tão alardeada pelas nossas autoridades não passa de uma figura de retórica, caso ela realmente fosse importante, o MEC financiaria pesquisas para a produção e o aperfeiçoamento do material didático e disponibilizaria cursos para os professores interessados. Ao que tudo indica para o MEC, todo o material didático se resume ao livro, bilhões são gastos, para a felicidade das editoras que vencem as licitações. Será que o interesse econômico da iniciativa privada o responsável por essa omissão do MEC...

Em breve publicarei os resultados dessa minha maratona.

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