domingo, 27 de março de 2011

Valorização do Professor? Até agora só estamos vendo lavagem cerebral.

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Uma profissão que é valorizada paga um ótimo salário, oferece excelentes condições de trabalho e por isso confere status às pessoas que a escolhem.

Status na sociedade capitalista significa poder aquisitivo, pois será através dos bens que possui que um indivíduo evidencia o seu sucesso profissional. Trocando em miudos, sem poder aquisitivo, no mundo em que vivemos, não somos ninguém. O que torna uma profissão atraente é justamente os benefícios materiais que ela pode oferecer, sem isso até mesmo a vocação não terá força de atração.

A Presidenta Dilma, durante a campanha, se comprometeu a valorizar o docente, entretanto até o presente momento não apresentou nada de concreto. O que temos visto é o desespero pela falta de candidatos ao magistério e ingenuamente pensam que só na base da propaganda vão reverter essa situação.

Nenhum dos meus alunos e alunas deseja tal profissão, pois andar de ônibus, enfrentar fila em hospital público, trajar roupas baratas, passar férias ou feriados em casa e ter que agüentar todo tipo de agressão e desaforo para conseguir dar uma aula, é como eles dizem coisa de maluco. Isso é profissão de gente doida, o bom é ser cantor de funk ou rap, ser jogador de futebol, modelo, celebridade de reality show, ou traficante e até mulher de traficante. São essas as profissões poderosas aos olhos da juventude, pois até mesmo o crime diante do poder e do dinheiro que gera, já é para muitos encarado como uma profissão valorizada.

Rios de dinheiro estão sendo torrados nas propagandas de televisão, enquanto isso os nossos salários continuam vergonhosos. A mídia hipocritamente alardeia aumentos de salários para a categoria, entretanto não fala de valores que ínfimos não atingindo os R$ 50,00 reais. Anunciam incorporações, mas se esquecem dizer que as mesmas são mirradas e parceladas em cinco anos. Que valorização é essa?

O que temos é uma lavagem cerebral em termos de propagandas para enganar a população sobre a valorização do docente e da  educação, mas na verdade não estão. Entra governo, sai governo, fazem mudanças mirabolantes para tudo continuar no mesmo. Tenho um amigo que diz que filho de pobre serve de cobaia para testar métodos e teorias pedagógicas, pois nas escolas freqüentadas pela elite, o ensino continua tradicional sem as inúteis novidades observadas nas escolas públicas. Muito factóide e nenhuma mudança real.

Valorizar o magistério é pagar salários compatíveis com a formação exigida e com a responsabilidade que o profissional terá pela frente, é dar condições para o mesmo exercer o seu ofício, pois caso contrário dentro em breve o Brasil terá um apagão na área educacional.

Para desabafar, só nos resta cantar a parodia feita para a charge "Professoras da rede pública "pelo  cartunista Maurício Ricardo, que brilhantemente resume o nosso "carma", acho que deveríamos adotá-la como o hino da categoria:

" Na última eleição meu candidato prometeu ouvir as queixas do professorado
Dizendo que só a educação tiraria a população desse atraso danado!
Só que depois não mudou nada: a mesma sala lotada!
Impossível não perder a paciência!
E me mandaram aprovar analfabeto como parte do projeto de acabar com a repetência!
Que indecência! Vejam vocês no fim do mês
Ah, eu berrei! Ah, berrei! 
Ao ver no contra-cheque o salário chocante e humilhante que pagaram para mim!
Ah, eu berrei! Ah, berrei!
..."

Clique aqui  para ver o resto da letra e assistir ao vídeo. Não deixe de ver, vale a pena!

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