segunda-feira, 19 de agosto de 2013

GREVE: UM ATO DE AMOR

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Há muitas pessoas que se assustam, só em ouvir a palavra greve. Essa reação está relacionada com a imagem que ao longo do tempo foi construída em torno desse ato, com o intuito de criminalizá-la, transformando assim a luta dos trabalhadores em algo criminoso, de forma a preservar a exploração milenar dos empregados pelos patrões. 

Frequentemente associada ao comunismo, a sua imagem se torna ainda mais denegrida no imaginário popular. Em pleno século XXI, essa campanha de criminalização da greve prossegue sendo feita pela mídia e pelas autoridades. É vista como um ato criminoso e egoísta que prejudica toda a sociedade em função da ganância e da irresponsabilidade daqueles que a promovem. 

Observem que basta uma categoria entrar em greve, para a mídia imediatamente publicar entrevistas de cunho sentimentaloide, mostrando os cidadãos prejudicados pela greve em curso e entrevistas com as autoridades que se esmeram em mostrar que a greve é ilegal, desnecessária e prejudicial, reforçando no imaginário coletivo a imagem da greve é um ato de egoísmo e irresponsabilidade dos participantes, e sempre que possível, se nega a publicar uma entrevista ou uma reportagem com os grevistas para saber o que os motivaram a partir para esse ato extremo e quais são as suas reivindicações. Propositalmente, em momento algum mencionam que a greve é um ato legal, plenamente, garantido pela Constituição Brasileira.

Entretanto, a greve como qualquer manifestação de protesto contra os abusos praticados contra a população é um ato de amor ao próximo. Sair do conforto de sua casa para participar de uma greve ou um ato de protesto, exige desprendimento, disposição para ajudar, boa vontade e preocupação com o outro. Enfrentar riscos - em função da repressão truculenta comum nesses eventos - para defender causas e bandeiras que dizem respeito ao bem estar da coletividade é um ato de amor, incapaz de ser compreendido e aceito por aqueles que são individualistas e egoístas. 

A greve dos professores, além de ser um ato de amor ao próximo é também, uma prova de amor e respeito à educação. Enfrentamos toda a sorte de obstáculos em uma greve para obtermos conquistas que vão beneficiar toda a sociedade, como exemplo: os aposentados, os alunos atuais e os futuros e também os colegas que não estão participando da greve. É o amor ao próximo que nos dá forças, coragem e resistência para enfrentarmos a tortura psicológica feita pelos prefeitos e governadores que nos ameaçam com o corte do ponto e até com a exoneração, como é o caso da greve atual, que nos dá ânimo para enfrentar a campanha vergonhosa e covarde que a mídia - regiamente paga pelo governo - promove para jogar a população contra a categoria, sem contar a revolta dos pais e alguns alunos que nos acusam, injustamente, pelo prejuízo que lhes causamos ao entrarmos em greve.

O cansaço físico, mental e psicológico é brutal em uma greve, entretanto a solidariedade dos companheiros e a certeza de que estamos defendo uma causa justa nos ajudam a seguir em frente e continuar a luta.

Avante companheiros que essa luta é minha e sua!!!!
JUNTOS VENCEREMOS!!!!

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