Sábado, 20:49, entro no Site Petição Pública para verificar a lista de assinaturas do abaixo-assinado que solicita para os professores o mesmo índice de reajuste aplicados aos vencimentos dos deputados e dos senadores.
Até o presente momento são míseras 15.151 assinaturas, perplexa me pergunto: onde estão os professores e professoras desse país? Será que:
a) Viajaram todos, para alguma região remota do espaço onde não há acesso à Internet?
b) Morreram todos de inanição em função dos baixo salários?
c) Enlouqueceram por causa das turmas superlotadas e foram internados em algum hospício?
d) Desertaram em massa do magistério e se alistaram na Legião Estrangeira?
Acho que nenhuma das opções acima serve de explicação para a baixa adesão da categoria a essa petição. No caso das passeatas a grande abstenção até pode ser justificada, mas não entendida pelo medo de ser vítima da truculência das tropas de choque, mas não assinar de um simples abaixo-assinado não tem desculpa, nada pode justificar essa atitude covarde. A falta de união da categoria é vergonhosa e criminosa.
Nas salas dos professores pelo Brasil afora, há choradeira por causa dos baixos salários, entretanto somente uma minoria faz alguma coisa para modificar essa realidade, a propósito são os que preferem a crítica e a ação ao choro.
Enfrentar as péssimas condições de trabalho, a violência cotidiana e o descaso das autoridades é doloroso a gente enfrenta e continua lutando, pois acreditamos na educação, mas agüentar o peso morto dos colegas alienados que passam o ano infernizando as nossa vidas, exaurindo as nossas combalidas reservas de bom astral choramingando por salários e não fazem *#@ nenhuma para melhorar a situação, é um castigo desumano que nenhuma categoria profissional merece. Isso não dá pra agüentar calada.
É duro constatar que o alto índice de reprovação na educação brasileira atinge também os professores nas disciplinas cidadania, consciência crítica, responsabilidade social e participação política. A grande maioria nestas disciplinas está definitivamente reprovada e na sua queda arrasta para o fundo do poço a minoria aplicada.
O episódio do abaixo-assinado me leva a concluir que a grande maioria dos docentes têm o prazer doentio de se fazerem de vítima, digo fazer mesmo, pois se fossem vítimas de fato, creio que a postura seria diferente. São pessoas que estão se lixando para a educação, pois alguém que não defende nem seus próprios interesses não vai dar a mínima para os interesses dos outros, neste caso alunos e colegas. Seu sofrimento e sua indignação e seu coleguismo não passam de fingimento. A reclamação é uma muleta para justificar a sua falta de interesse pela educação, chora pra disfarçar.
Sempre fico indignada quando vejo as autoridades e a mídia falando que o magistério é uma profissão que só atrai para os seus quadros os fracassados, é com profunda tristeza que tenho que dar a mão à palmatória. Sou forçada a admitir que eles estão com razão, pois o bom profissional da educação tem por obrigação estar a par do que acontece à sua volta e ter consciência da realidade que o cerca.
Ninguém, que se intitule Professor/Professora, pode ignorar e concordar com o reajuste concedido aos parlamentares, o que é um afronta à toda a sociedade, considerando o vergonhoso salário mínimo fixado para 2011, como também não pode dizer que não teve conhecimento desse abaixo-assinado, pois o mesmo foi notícia nos principais jornais na versão impressa e na versão online. A falta de acesso à Internet, também não é desculpa, pois aqui no Rio de Janeiro, tanto na rede estadual quanto na rede pública, os docentes receberam laptops.
Dizer que não vai assinar porque isso não vai dar em nada, também não é aceitável, pois além da possibilidade econômica esse abaixo-assinado é uma oportunidade política magnífica, pois a categoria pode mostrar para a sociedade e para os políticos o peso e a importância da nossa categoria em um processo eleitoral.
Acorda pessoal! O que move político é voto! Nenhum político vai querer se indispor com possíveis eleitores.
Para aqueles que desconhecem a quantidade de votos necessários para eleger por exemplo, um senador vejam a lista abaixo.
Os dez senadores eleitos com maior número de votos:
Aloísio Nunes (PSDB-SP) - 11.176.204 votos
Marta Suplicy (PT-SP) - 8.298.963 votos
Aécio Neves (PSDB-MG) - 7.555.944 votos
Itamar Franco (PPS-MG) - 5.119.264 votos
Lindberg (PT-RJ) - 4.212.562 votos
Paim (PT-RS) - 3.895.822 votos
Walter Pinheiro (PT-BA) - 3.574.494 votos
Ana Amélia Lemos (PP-RS) - 3.401.241 votos
Lidice (PSB-BA) - 3.330.834 votos
Marcelo Crivella (PRB-RJ) - 3.331.637 votos
*Números divulgados pelo TSE até 23h57.
Fonte :Portal terra http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4715739-EI15311,00-Aloysio+e+o+senador+mais+votado+do+Brasil+veja+a+lista+dos+mais.html em 04/10/2010 – 00h30 – atualizado às 11h27
Se a nossa categoria fosse unida, consciente e politizada, teria um peso enorme nas votações relativas à educação. O poder político da categoria seria imenso a nível municipal, estadual e federal e nenhum político ignoraria os docentes, mas infelizmente somos fracos por causa dos colegas que sofrem da síndrome de Estocolmo, isto é, que idolatram os seus algozes e preferem se esconder atrás das lamurias em vez de lutar democraticamente por seus direitos, que sentem um prazer e mórbido de em serem visto como “coitadinhos” abrindo mão de sua cidadania.
Enfrentar as péssimas condições de trabalho, a violência cotidiana e o descaso das autoridades é doloroso a gente enfrenta e continua lutando, pois acreditamos na educação, mas agüentar o peso morto dos colegas alienados que passam o ano infernizando as nossa vidas, exaurindo as nossas combalidas reservas de bom astral choramingando por salários e não fazem *#@ nenhuma para melhorar a situação, é um castigo desumano que nenhuma categoria profissional merece. Isso não dá pra agüentar calada.
É duro constatar que o alto índice de reprovação na educação brasileira atinge também os professores, no caso de uma avaliação envolvendo cidadania, consciência crítica, responsabilidade social e participação política. A grande maioria nestas disciplinas está definitivamente reprovada e na sua queda arrasta a minoria aplicada.
Enquanto a mentalidade do “coitadinho” e o sadomasoquismo continuar sendo característica da grande maioria dos docentes brasileiros, a categoria continuar sendo massacrada e pisada por todos, pois quem não se dá ao respeito e não se valoriza, não merece respeito e valor.
Parabéns aos verdadeiros colegas que executaram a sua lição de cidadania e assinaram a petição.
Bom dia Colega!
ResponderExcluirConcordo totalmente com vc.Passei em blogs,enviei dezenas de e-mails,falei pessoalmente, postei no facebook. Usei todas ferramenta que dispunha para divulgar. Tenho seguido a petição, cerca de 2 assinaturas por minuto.Minha cidade, apenas eu assinei por enquanto.
Nada diz também que apenas educadores podem assinar. Fiquei tb com essa mesma indagação. Só educadores mineiros são mais de cem mil, ou estou enganada???? Me frusta bastante tb ver 10 mil professores batalhando em greves, assembleias....onde estão os outros?
Postei dias atrás em um blog essa indagação: Serei eu que me empolgo demais, ou maioria que mostra total descaso?
Nos blogs que passei numa madrugada dessas divulgando, 3 deles apenas deu ênfase ao assunto.
Sou meio "guerrilheira" de espírito...e acredito que se professores não decidirem pela união, sociedade não se mobilizar em atos de protestos, a educação pública decairá em PG, até que não se tenha mais solução.
Abraços de uma colega decepcionada com a classe!!!
Ivone
Votei e votarei sempre que se fizer necessário.A luta tem que continuar,enquanto isso vamos remando contra a maré.
ResponderExcluirIvone e Marlene, docentes como vocês merecem o título de colega e podem se intitular PROFESSORAS.
ResponderExcluirDesde ontem, estou tentando descobrir o número exato de docentes existentes no Brasil, até o presente momento a única fonte confiável encontrada foi o Censo dos Profissionais do Magistério do Inep, entretanto está desatualizado, pois é de 2003 e está sendo muito demorado o download do documento. Assim que tiver esse material vou publicar outro post.
Concordo com você Ivone, toda a população deveria estar participando deste abaixo-assinado porque é uma questão de interesse geral. Não abordei isso no texto, pois a intenção foi mandar um recado para a banda alienada e masoquista da categoria.
Como podemos querer uma sociedade consciente dos seus direitos de cidadania se os encarregados de dar essa formação não dão o exemplo se omitindo? Participação política e defesa de direitos e interesses são coisas que se aprende na escola, mas diante dos docentes que temos isso é impossível, por isso desculpo a alienação do povo e entendo sua falta de participação.
Infelizmente por falta de competência e habilidades, toda a sociedade está perdendo as oportunidades que o sistema democrático nos oferece.
Temos o dever profissional e moral de conscientizar o povo, que os políticos são representantes do povo e a sua função é trabalhar para defender os direitos dos seus eleitores, sem isso continuaremos a ser uma fábrica de eleitores de cabresto e o Brasil um imenso curral eleitoral.
Grande abraço
Uma ajuda na sua pesquisa(Blog do Luiz Araújo )...copiando partes de lá...
ResponderExcluir( Sendo apenas um "palpite"..baseado em números não oficias...não precisa publicar...Melhor ler vc mesma o texto no endereço citado abaixo e ter uma conclusão mais pessoal)
"segunda-feira, 8 de junho de 2009
Perfil dos professores brasileiros
Neste dias o INEP divulgou uma publicação denominada “Estudo exploratório sobre o professor brasileiro”. O documento foi elaborado tendo por base os dados coletados pelo novo modelo do Censo Escolar, no caso, relativos a 2007. ....No geral, considerando o conjunto da educação básica, 81,6% dos professores que estavam em regência de classe são mulheres e somam mais de um milhão e meio de docentes (1.542.925)...
Um dos dados mais significativos captados pelo Censo Escolar de 2007 foi a identificação do número de escolas em que o professor atua, onde predomina o docente que trabalha em uma única escola. “São 1.522.971 professores nessa condição, que correspondem a 80,9% do total, seguido de uma parcela menor de professores (301.183) que atua em duas escolas (16%)”, afirma o documento.....'
Teríamos então cerca de 1 900 000 apenas na Educação Básica.Dados que se obtém numa regra de 3 simples, baseando-se na afirmação de que "No geral, considerando o conjunto da educação básica, 81,6% dos professores que estavam em regência de classe são mulheres e somam mais de um milhão e meio de docentes (1.542.925)."
e podendo-se se acrescentar um bom número uma vez que o censo é de 2007.
Acredito que temos mais de 2 milhões de professores no país.
http://rluizaraujo.blogspot.com/2009/06/perfil-dos-professores-brasileiros.html
Ótima semana!
Ivone agradeço a informação.
ResponderExcluirGrande abraço.
Concordo plenamente com o artigo. Assinei a petição e enviei para outros docentes que conheço. Esta é uma ferramenta simples de se protestar contra a vergonha que são os baixos salários dos professores e as condições da educação no Brasil! Pouco vai acontecer se os professores continuarem desunidos e dependentes de Sindicatos e daqueles que fazem o trabalho do "beija flor". Não adianta se lastimar depois. Uma quantidade expressiva(1.000.000) de assinaturas, no mínimo levaria alguém no Congresso a pensar no assunto. Mas... Infelizmente... Bom, continuaremos fazendo o que estiver ao nosso alcance. Parabéns professora pelo artigo!
ResponderExcluirJúlio
Cara amiga,
ResponderExcluirFaço minhas as suas belas palavras...
Também assinei e compartilhei nas redes sociais, e encontrei amigos nessas redes que, apesar de não serem professores, se interessaram em participar...
Desde muito tempo eu venho repetindo isso, inclusive em comentários feitos aqui...
O que falta para essa classe ser respeitada é a união e a seriedade das pessoas que a formam.
Concordo com a companheira Ivone e também estou decepcionado com a postura dos "colegas".
Abraços
Luciano...